RS: Três imigrantes são encontrados em condição de trabalho servil

Os imigrantes trabalhavam em uma colheita sem equipamento de segurança, com alimentação escassa e dormindo no chão do alojamento. Este já é o terceiro caso envolvendo imigrantes no estado
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RS: Três imigrantes são encontrados em condição de trabalho servil

Os imigrantes trabalhavam em uma colheita sem equipamento de segurança, com alimentação escassa e dormindo no chão do alojamento. Este já é o terceiro caso envolvendo imigrantes no estado

Na última quinta-feira (20/2), três trabalhadores argentinos, entre eles um adolescente de apenas 17 anos, foram “resgatados” de uma propriedade rural em Vacaria em condições de trabalho servil. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) chegou ao local por meio de uma denúncia feita no dia 13 pelas próprias vítimas, que relataram terem sido despejadas após reclamar ao empregador a falta de alimentos e alojamento precário. Junto disso, reportaram também sofrerem ameaças de morte e intimidação com armas de fogo.

Durante a fiscalização na propriedade que cultiva legumes, o MTE constatou a inexistência de camas, portas e fiação elétrica adequada no alojamento, que, segundo o trio argentino, teria sido construído por eles próprios. No ambiente onde trabalhavam, uma plantação, os trabalhadores não tinham EPIs para o exercício e nem local adequado para comer, alimentavam-se por debaixo de lonas improvisadas. Verificou-se também a prática de regime de barracão: o empregador descontava valores altíssimos dos salários pelo alojamento péssimo, alimentação e bebidas consumidas, os trabalhadores ao mês recebiam a mixaria de 100 a 150 reais.

Posteriormente, o trio foi encaminhado a uma instituição de Vacaria. Já o empregador, assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público do Trabalho e no dia 19 foram pagos os salários, rescisões e transporte ao país de origem. Tal fato demonstra a cumplicidade das instituições do Estado, onde basta assinar um papel para que esse empregador saia impune, sem qualquer sujeira em seu nome, após explorar brutalmente imigrantes.

Imigrantes são recorrentes vítimas em 2025
Como já denunciado pelo AND, em apenas dois meses, cerca de 36 camponeses já foram encontrados submetidos ao trabalho servil em latifúndios no RS. Ao menos metade era de imigrantes e a outra metade de indígenas, isso comprova a alta em casos do tipo, para se ter uma ideia: contando o caso de Vacaria,  soma-se 39 camponeses, quase metade do número de resgates do ano passado que fechou em 91 resgates. Segundo o jornal estudantil Humanista, desde 2020 o número de casos quadruplicou, tendo em 2023 um recorde de 348 resgates.

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