Rússia prolonga negociações de cessar-fogo com críticas aos termos propostos

Pouco antes de se pronunciar sobre o cessar-fogo, Putin esteve na linha de frente da guerra para discursar aos soldados na região de Kursk. Ele disse que a área está “totalmente sob controle” russo e que as tropas da Ucrânia terão que “se render ou morrer”. 
Putin na frente de guerra de Kursk. Foto: Reprodução

Rússia prolonga negociações de cessar-fogo com críticas aos termos propostos

Pouco antes de se pronunciar sobre o cessar-fogo, Putin esteve na linha de frente da guerra para discursar aos soldados na região de Kursk. Ele disse que a área está “totalmente sob controle” russo e que as tropas da Ucrânia terão que “se render ou morrer”. 

Representantes do governo russo de Vladimir Putin deixaram claro que vão prolongar as negociações para um cessar-fogo temporário na Ucrânia. As afirmações veiculadas na imprensa entre ontem (12/3) e hoje (13/3) classificaram o acordo como “precipitado” e um “descanso temporário” para os ucranianos. 

O mais próximo de um sinal de concordância foi a fala do próprio Vladimir Putin, que disse que concorda com a ideia de um cessar-fogo, mas discordou dos termos e nem deu prazo para uma resposta concreta da Rússia. 

O conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov, foi citado pelo jornal monopolista RIA dizendo que “o documento, parece-me, tem um caráter precipitado. Será necessário trabalhar, pensar e levar em conta a nossa posição também. [O documento descreve apenas a abordagem ucraniana”.

Putin questionou alguns termos do acordo e disse que o cessar-fogo poderia servir como um tempo para os ucranianos “se rearmarem e recuperarem o ímpeto”. 

“Como outros aspectos serão tratados ao longo da linha de contato? Como você sabe, as tropas russas estão avançando praticamente em todos os setores da linha de contato, e todas as condições estão lá para que possamos sitiar unidades razoavelmente grandes. Então, o que aconteceria durante esses 30 dias? Isso permitiria que a Ucrânia continuasse com a mobilização forçada, com o fornecimento de armas à Ucrânia, para que as unidades recém-mobilizadas pudessem ser treinadas, ou isso não será feito?”, questionou.

“Todas essas questões precisam ser estudadas cuidadosa e meticulosamente por ambos os lados; então a ideia é boa, e nós a apoiamos totalmente, mas há questões que precisamos discutir e acho que precisamos negociar com nossos colegas e parceiros americanos, talvez um telefonema com o presidente Trump, mas apoiamos a própria ideia de acabar com esse conflito por meios pacíficos”, continuou ele. 

Pouco antes de se pronunciar sobre o cessar-fogo, Putin esteve na linha de frente da guerra para discursar aos soldados na região de Kursk. Ele disse que a área está “totalmente sob controle” russo e que as tropas da Ucrânia terão que “se render ou morrer”. 

O regime agressor russo não tem interesses em acabar com a guerra na Ucrânia agora. Putin sabe que tem controle sobre a situação no campo de batalha e que o imperialismo norte-americano, que está dando as cartas sobre a atuação da Ucrânia graças à capitulação de Volodymyr Zelensky frente aos ianques, está desesperado para acabar com a guerra para concentrar o aparato militar na Ásia, a fim de conter a China. 

É uma inversão da situação que existia no início da guerra: no começo do conflito, a Rússia buscava uma guerra rápida, enquanto os ianques queriam prolongar a guerra para desgastar o imperialismo russo. 

As esperanças de Putin são de que o desespero ianque para o fim da guerra possa levar os cabecilhas do regime norte-americano a firmarem um acordo de cessar-fogo ainda mais desfavorável. 

O lado mais prejudicado, contudo, será o do povo ucraniano. As massas ucranianas perderam seus familiares e bens mais básicos e verão seu território ser vilipendiado e repartido pela guerra de agressão. Tudo isso sem que houvesse o levantamento de uma potente Frente Única de Resistência Nacional – iniciativa minada pelo capitulador Zelensky, que deixou de armar e mobilizar as massas para depender do envio de armamentos da Otan e da mobilização de batalhões de nazistas do país.   

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