Salários de R$ 711 mil: Lula quer acomodar parlamentares do PL em cargos da cúpula da Caixa Econômica Federal

Apesar do ano estar no final, as negociatas do governo seguem a todo o vapor, e Luiz Inácio agora costura acordos com parlamentares do Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, para acomodá-los na Caixa Econômica Federal em cargos com salários de até R$ 711,9 mil.
Luiz Inácio tem intermediado com Arthur Lira conversas para acomodar PL na Caixa Econômica Federal. Foto: Cristiano Mariz/Agência O GLOBO

Salários de R$ 711 mil: Lula quer acomodar parlamentares do PL em cargos da cúpula da Caixa Econômica Federal

Apesar do ano estar no final, as negociatas do governo seguem a todo o vapor, e Luiz Inácio agora costura acordos com parlamentares do Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, para acomodá-los na Caixa Econômica Federal em cargos com salários de até R$ 711,9 mil.

Apesar do ano estar no final, as negociatas do governo seguem a todo o vapor, e Luiz Inácio agora costura acordos com parlamentares do Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, para acomodá-los na Caixa Econômica Federal em cargos com salários de até R$ 711,9 mil. A vice-presidência de Negócios e Varejo e o comando da Caixa Asset, uma corretora de valores, estão entre os cargos cotados, segundo o colunista do jornal do monopólio de imprensa O Globo, Lauro Jardim. De acordo com a presidência e integrantes do banco, as mediações da conversa estão a cargo do figurão Arthur Lira, o pseudo-primeiro-ministro brasileiro que tem coordenado as relações escusas do governo com o centrão.

A Caixa Econômica Federal já havia sido objeto de negociações do governo com o centrão em outubro, quando a ex-presidente Rita Serrano foi trocada pelo indicado de Arthur Lira, Carlos Vieira. A substituição foi um escambo do governo pela aprovação da medida de taxação das offshores que, após diversas sessões adiadas, foi votada e aprovada no mesmo dia da nomeação de Vieira

E foi justamente essa troca de comando no órgão que abriu espaço para mais de cem novas substituições, em cargos como vice-presidências, diretorias e superintendências. Além do PL, partidos que já foram acomodados no governo após negociações, como o União Brasil e Republicanos estão cotados para assumir cargos no banco. O PSD também é um dos candidatos a vagas.

A entrega do órgão foi uma escalada das negociações do governo com o centrão. Antes marcadas pela entrega de órgãos como o Ministério dos Portos e Aeroportos para Silvio Costa (Republicanos) e Ministério dos Esportes para Andŕe Fufuca (PP), ambos fora das “vitrines” do governo, a Caixa Econômica Federal fugiu à regra pela influência que têm em projetos centrais da equipe de Luiz Inácio como o Minha Casa, Minha Vida. 

Agora, as negociatas rebaixam-se ainda mais. Nos próximos dias e semanas, o governo ainda precisa enfrentar a votação do Congresso sobre questões como o veto do marco temporal e da desoneração das empresas e a discussão em torno da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO), e parece perder todos os escrúpulos nas trocas para garantir seus interesses. Nesse momento, a velha pergunta se repete: se o governo já entregou todas as áreas “laterais” e alguns órgãos essenciais, o que mais poderá entregar nos próximos três anos para garantir a malfadada “governabilidade”? À esta questão, soma-se outra: se Luiz Inácio está disposto a negociar até mesmo com o PL, quais outras frentes também aceitará abrir, em detrimento cada vez maior das promessas de campanha, para manter a cadeira presidencial?

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