SC: Ativista é presa durante manifestação do Dia do Estudante

SC: Ativista é presa durante manifestação do Dia do Estudante

Manifestantes denunciam prisão arbitrária e exigem liberdade imediata para estudante detida durante manifestação no dia 11 de agosto. Foto: Reprodução

Uma estudante de filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi presa durante o ato ocorrido na última quinta-feira, dia 11 de agosto, em Florianópolis (SC). A manifestação foi realizada por ocasião do Dia do Estudante na região central da cidade, que tinha por objetivo protestar contra o governo militar de Bolsonaro e pela defesa da educação pública. De acordo com a matéria do monopólio de imprensa NSC Total, a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) reprimiu os estudantes com empurrões, cassetetes e tiros de balas de borracha.

A PMSC prendeu a jovem estudante, acusando-a de supostamente ter pichado um patrimônio público. A PM também reprimiu várias pessoas que denunciaram a violência empregada contra a jovem, deixando vários feridos no local que precisaram de atendimentos médicos posteriormente. Conforme denúncia feita pelos integrantes da Chapa Marighella do Centro Acadêmico de Filosofia da UFSC (CAFIL) em seu perfil no Instagram, a estudante foi presa pela ação de um P2 (policial infiltrado), que teria tentado furar um cerco policial que havia a encurralado. Segundo os estudantes a PMSC forjou indícios de que a jovem teria os ofendido e os agredido, algo que não foi confirmado por nenhuma testemunha ocular e não consta nenhuma gravação da ocasião. O motivo disso seria para que o limite máximo de pena da mesma ultrapassasse 4 anos e não fosse possível arbitrar fiança. Ela foi levada para o Centro de Plantão Policial, no bairro Trindade, e posteriormente conduzida para o Presídio Feminino da região, onde passou a noite encarcerada.

Em entrevista com os membros da Chapa Marighella do CAFIL concedida ao Comitê de Apoio – Florianópolis (SC), foram feitas mais denúncias sobre a situação da estudante. Durante a manifestação, esta teria sido abordada e revistada por policiais homens, em desrespeito a sua integridade. Após ser levada pela PMSC ao Centro Policial, ela ficou sem comer por um longo período de tempo até que sua advogada conseguisse esse direito, e ainda ficou por três horas algemada, acompanhada pelos mesmos policiais que a prenderam, exercendo uma tortura física e psicológica completamente arbitrário contra a ativista. A polícia ainda utilizou a cavalaria e mais tiros de borracha para reprimir o restante da manifestação, que já havia se dispersado.

Na mesma entrevista, os integrantes do CAFIL denunciaram a ação de oportunistas e revisionistas no prosseguimento do ato: enquanto ativistas e estudantes ficaram ao lado da companheira exigindo que ela fosse liberada imediatamente, oportunistas eleitoreiros defenderam a continuação indiscriminada do ato e o abandono da jovem, argumentando que esta “já estaria na presença dos advogados e ficaria tudo bem”. Os estudantes denunciaram essa atitude covarde.

Os ativistas apontam que é dever de todos os democratas brasileiros denunciarem essa prisão arbitrária e ilegal realizada contra os estudantes de Florianópolis, exigindo de imediato sua libertação.

Após uma vigília de 5 horas, os democratas convocaram um ato pela soltura da estudante nesta sexta-feira, dia 12 de agosto, fazendo-se presentes na frente do Centro de Plantão Policial (CPP), exigindo a libertação da mesma e denunciando as arbitrariedades cometidas pela PMSC. As 14h ocorrereu a audiência de custódia no mesmo CPP, os estudantes continuaram a mobilização através de uma manifestação para pressionar a decisão do juiz. A estudante foi solta após determinação de um alvará de soltura. Os ativistas, porém, apontam que a luta prosseguirá, uma vez que um processo será movido contra a estudante.

Manifestantes denunciam prisão arbitrária e exigem liberdade imediata para estudante detida durante manifestação no dia 11 de agosto. Foto: Reprodução

Manifestantes denunciam prisão arbitrária e exigem liberdade imediata para estudante. Foto: Reprodução

Repressão não irá deter a luta popular

Conforme denunciado há anos pela linha editorial do jornal A Nova Democracia, o processo de reacionarização do velho Estado se intensificou nos últimos anos, e cumpre, dentre outras, a tarefa de desatar uma maior repressão contra as manifestações populares para conjurar e esmagar o desenvolvimento de um grande levantamento de massas no Brasil.

A crescente militarização de toda a sociedade através da utilização das Forças Armadas reacionárias ou as forças auxiliares (caso das Polícias Militares e demais forças de repressão), assim como o aval dado pelo Estado brasileiro para ações de truculência e extermínio das populações mais pobres, levam a que casos como este de Florianópolis se repitam por todo o país. Não se trata de casos isolados de policiais “despreparados” e sim, do próprio cumprimento do papel de agentes da repressão, integrantes de uma corporação podre e corrupta e que serve, desde sua concepção, a  defender o velho Estado burocrático-latifundiário.

Confira vídeos da Chapa Marighella denunciando a ação da PM:

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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