No dia 6 de dezembro, na zona rural de Itapiranga, Extremo-Oeste do Estado, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), realizou uma operação de fiscalização em uma fazenda de mandioca que acabou resgatando sete indígenas por condições de trabalho análogas à escravidão, sendo dois deles menores de idade.
Os indígenas da etnia Guarani-Mbya estavam abrigados em barracos improvisados feitos de lona e madeira, com piso de terra batida, sem portas ou janelas, não tendo no local as condições adequadas de higiene, segurança ou conforto, não havendo nem mesmo acesso a água potável e banheiro no local. Ademais, o ambiente desumano afetava também crianças pequenas, sendo elas filhas de uma das trabalhadoras resgatadas, que acabavam tendo que ficar no local junto da mãe.
Foi informado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que nenhum dos indígenas tinha carteira de trabalho, além de não haver nenhum vínculo formal entre os trabalhadores e a empresa, fazendo com que não recebessem nenhum direito trabalhista.
Mesmo com as condições insalubres e falta de direitos trabalhistas proporcionados aos indígenas, o empregador não foi preso. Os crimes contra o povo praticados levaram à emissão de cerca de 30 autos de infração contra o empregador, apenas fazendo com que ele pague o valor rescisório de R$21.999,63 aos indígenas, e que fossem garantidos a eles, por meio do GEFM, 3 meses de Seguro-Desemprego.