SC: Moradores denunciam o assassinato de ativista em Florianópolis

SC: Moradores denunciam o assassinato de ativista em Florianópolis

Moradores do sul da Ilha de Florianópolis há anos vêm sofrendo com a expansão dos empreendimentos imobiliários na região, que só se estabelecem mediante a destruição da fauna e flora local. Ainda contam com o auxílio da força do pútrido governo estadual Carlos Moisés (Republicanos) para sufocar as possíveis revoltas da população, que como forma de subsistência têm, majoritariamente, a atividade turística, a agricultura e a pesca, ou seja, a utilização do mesmo espaço que vem sendo tomado pelos atrozes empreendimentos.  

Na tarde do dia 30 de maio, vizinhos encontraram Getúlio Dornelles Larratéa, professor aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ativista ambiental, desorientado e gravemente ferido em frente a sua residência, no bairro Pântano do Sul.  Após ser hospitalizado, o Getúlio acabou entrando em coma, vindo a falecer no dia 2 de junho. Moradores da região se organizaram para denunciar o que apontam ser uma ofensiva do setor imobiliário contra aqueles que se opõem. Segundo os moradores, a morte de Getúlio é expressão da intensificação da violência contra a população nativa.

Getúlio sofria constantes ameaças por conta de seu ativismo comunitário na região. Em 2021, participou ativamente de uma série de manifestações entre os moradores do bairro, onde reivindicavam o fim imediato de grandes construções próximas à praia. Para além da causa ambiental, o ativista também denunciava a investida das referidas obras sobre a colônia de pescadores artesanais na região. 

Tal assassinato reflete o constante assédio sofrido pelos moradores do Sul da Ilha, que no último ano organizaram uma série de manifestações contra a construção de um grande empreendimento imobiliário no bairro Costa de Dentro. A obra na beira da praia, além de ameaçar toda estrutura ecológica da vegetação de restinga, ainda colocava em risco a atividade de pesca artesanal, que segue sendo a principal fonte de sustento de diversas famílias da região. Nesse contexto, o assédio das empreiteiras, em conluio com o velho Estado, castiga as comunidades do Sul da Ilha, prejudicando a atividade de pesca e atacando aqueles que se levantam contra tal opressão.

Em uma tentativa de acobertar tal crime, o velho estado, através do monopólio de imprensa, noticia a morte de Getúlio como um “acidente doméstico”. Embora amplamente divulgado, o caso deixa algumas questões sem resposta: Como um “acidente doméstico” causaria um quadro de politraumatismo? Em que circunstâncias tal “acidente” aconteceu? Nada disso ainda foi respondido e o sentimento de revolta permanece vivo na comunidade, que, após décadas de exploração, veem definhar a sua esperança nas figuras políticas do velho Estado, encontrando formas de resistência em suas próprias organizações.

O professor e ativista Getúlio Dornelles Larratéa morreu após ser encontrado ferido e desorientado em frente a sua residencia. Moradores denunciam que o caso se tratou de um assassinato. Foto: Reprodução.

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