Trabalhadores votaram em assembleia a greve durante tempo indeterminado.
Em assembleia realizada na manhã de 3 de setembro, os trabalhadores da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, após descumprimento do acordo coletivo por parte da prefeitura de Florianópolis.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) o acordo coletivo da categoria prevê que um concurso público fosse realizado até 31 de agosto de 2018, mas não foi apresentado nenhum plano com relação a isso. O último ocorreu em 2012 e a falta de novos quadros profissionais tem aumentado o número de adoecimentos e de acidentes no trabalho.
De acordo com a assessoria do Sintrasem, somente entre janeiro e agosto deste ano foram contabilizados 39 acidentes durante o expediente. A direção da empresa também havia prometido entregar os materiais (uniformes e equipamento de proteção individual novos) até dia de início da greve, o que não ocorreu. Há divergências ainda a respeito de compra e manutenção de caminhões, bem como extensão da jornada de trabalho.
“Os trabalhadores e a população não vão aceitar a demagogia de um prefeito que, há quase dois anos, promete melhorias para a Comcap e apenas ataca quem limpa, cuida e preza pela cidade”, afirma o sindicato em nota.
A categoria também reivindica a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de uniformes e de peças para o conserto dos caminhões, bem como uma rediscussão do regime dos trabalhadores que “foram retirados de forma arbitrária de 8 horas para 6”.
A prefeitura de Florianópolis, sob a gerência de Gean Loureiro (MDB), ameaça descontar dos trabalhadores os dias paralisados e informou em nota que entrará com um pedido de ilegalidade da greve. O sindicato, por sua vez, afirma que cumpriu todos os trâmites legais para a deflagração da greve. “Abusiva é a postura da prefeitura que, ao invés de estabelecer negociações, ameaça a categoria”, disse também em nota.