Segundo grupo de brasileiros e parentes palestinos chega no Brasil após Israel vetar saída de outros 24 da Faixa de Gaza

47 dos 102 brasileiros que deveriam ser resgatados de Gaza chegaram ao Brasil, enquanto outros 24 foram vetados pelo Estado sionista de Israel a deixarem a Faixa de Gaza.
Outros 24 brasileiros seguem na Faixa de Gaza, proibidos de sair pelo Estado de Israel. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Segundo grupo de brasileiros e parentes palestinos chega no Brasil após Israel vetar saída de outros 24 da Faixa de Gaza

47 dos 102 brasileiros que deveriam ser resgatados de Gaza chegaram ao Brasil, enquanto outros 24 foram vetados pelo Estado sionista de Israel a deixarem a Faixa de Gaza.

Um grupo de 47 dos 102 brasileiros e parentes palestinos incluídos na lista do Itamaraty para resgate da Faixa de Gaza chegou ao Brasil no dia 11 de dezembro, às 3h47 no horário de Brasília. Dos brasileiros que permanecem na Palestina, 24 foram deliberadamente proibidos de deixarem o território pelo Estado de Israel, que também não forneceu justificativas para o caso. Na nota oficial do governo brasileiro sobre a repatriação também não há explicações sobre a proibição. Outros brasileiros na Palestina desistiram de voltar para o Brasil após a proibição, que restringiu familiares de saírem da Faixa de Gaza. 

Os recém-repatriados são 27 crianças e adolescentes, 16 mulheres e quatro homens, sendo 11 pessoas com nacionalidade brasileiro-palestina e 36 palestinos. Apesar da relativa felicidade em ter chegado no país (muitos após terem abandonado todos os bens que possuíam, inclusive casas e pequenos e médios negócios), alguns dos repatriados ainda estão sob forte tensão pela situação dos que ficaram, sobretudo daqueles que foram separados de familiares. É o caso de Wafaa, que deixou a Faixa de Gaza junto de seus filhos, mas viu o marido ser proibido de deixar o território.

O comerciante Imad Ahmed Shaheen, de 37 anos, tenta há um mês retirar a família da Faixa de Gaza, mas segue frustrado pelas arbitrariedades de Israel e pela falta de respostas claras do governo brasileiro. As recentes proibições vetaram o pai e o tio de Imad Ahmed Shaheen de saírem da Faixa de Gaza, e sua mãe decidiu por não voltar ao Brasil para ficar ao lado do marido e do irmão. “A gente não sabe o que vai acontecer, não sabe se terá terceira lista. Estamos sem respostas”, disse Shaheen. 

Atualmente, cerca de 30 brasileiros em Gaza permanecem nas cidades de Gaza em Rafah e também em campos de refugiados. As regiões ainda estão sob fortes bombardeios por parte do Estado sionista de Israel, além de confrontos entre as forças invasoras e a Resistência Nacional Palestina. A cidade de Rafah foi palco de bombardeios e confrontos durante todo o final de semana dos dias 9 e 10 de dezembro e hoje, 11/12. 

Apesar disso, não há notícias de que o governo brasileiro fará mais esforços para repatriação dos brasileiros. Poucas foram as movimentações desde o início do confronto, e as posições da equipe governamental seguem recuadas apesar dos severos riscos oferecidos às vidas dos brasileiros pelos vetos e bombardeios de Israel. 

A nota do Itamaraty sobre o recente veto israelense limitou-se a informar que “24 tiveram sua saída denegada, incluindo 7 brasileiro-palestinos”, sem informações sobre os motivos ou posição a se tomar para reverter a situação. O AND tentou contato com o Itamaraty para saber mais informações acerca do caso, mas não recebeu informações até o fechamento desta matéria.

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