Investigações revelaram que ex-segurança de Luiz Inácio pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e tenente-coronel da ativa André Luis Cruz Correia participava de um grupo no whatsapp onde militares ventilavam opiniões golpistas e ameaças contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. A revelação se deu por meio de um vasculhamento no celular apreendido do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também integrante do grupo virtual.
Correia foi demitido do seu cargo após as informações chegarem à presidência. O militar atuava na segurança direta de Luiz Inácio e chegou a realizar cinco viagens com o presidente. Antes de ir à Brasília, Correia trabalhava na Bahia, mas foi transferido para a capital federal após solicitar ajuda e informações sobre vagas a Mauro Cid.
O general Marcos Antonio Amaro dos Santos, atual chefe do GSI, afirmou que não sabia do caso e que quem define os militares integrantes do GSI é o comando do Exército. Curiosamente, André Luis foi transferido do cargo que ocupava no GSI para o cargo de oficial no gabinete do comandante do Exército dois dias antes de sua exoneração do gabinete de segurança. O anúncio da transferência se deu no dia 08 de agosto, por publicação no Diário Oficial da União, enquanto a exoneração foi publicada no dia 10/08.
Após a divulgação da transferência, o Exército afirmou que Correia foi destinado, na verdade, ao Centro de Comunicação Social do Exército, que faz parte do Gabinete do Comandante do Exército. Contudo, a informação não estava especificada na nota de transferência de Correia ao gabinete do comando.
Esse é o segundo escândalo que envolve o GSI somente no mês de agosto, após a divulgação do fato de que correios eletrônicos com diversas informações sensíveis sobre a segurança de Luiz Inácio foram enviados a Mauro Cid entre os dias 6 a 13 de março. A informação, tal como a nova revelação sobre Correia, lançou ainda mais água no moinho da crise entre o Alto Comando das Forças Armadas e o governo de Luiz Inácio.
Apesar dos sucessivos fatos esdrúxulos envolvendo a relação de diversos militares do GSI com a extrema-direita, Luiz Inácio ainda segue a aceitar a tutela do ACFA sobre seu governo e, inclusive, sobre o próprio GSI. Em abril, o presidente pôs fim à disputa em torno do comando do órgão ao decidir manter a estrutura formada por militares e dirigida pelo Alto Comando.