Seis anos de Pau D’Arco: estudantes da UFMG debatem chacina e impunidade

Documentário "Terra e Sangue", de AND, foi transmitido. Foto: Banco de Dados AND

Seis anos de Pau D’Arco: estudantes da UFMG debatem chacina e impunidade

No dia mesmo em que se completou seis anos do massacre de Pau D’Arco, 24/05, estudantes de diferentes cursos da UFMG, particularmente das Ciências Biológicas, Letras e Pedagogia realizaram um cine-debate, junto ao Comitê de Apoio ao AND de BH e Região, sobre a Chacina de Pau D’Arco. Na ocasião, 10 camponeses foram executados depois de já rendidos, por policiais e pistoleiros, enquanto lutavam pela retomada de terras griladas pelo latifúndio, na Fazenda Santa Lúcia, sul do Pará.

Os estudantes, apoiados por professores democráticos, exibiram o documentário Terra e Sangue, produzido pelo AND. O filme traz relatos vívidos, emocionantes e revoltantes dos próprios camponeses cujos familiares foram covardemente torturados e sumariamente executados por policiais da Delegacia de Conflitos Agrários – DECA e pistoleiros civis. 

O evento foi aberto com a música  Resposta a chacina de Pau D’Arco do grupo  Ameaça Vermelha. Esteve presente o Dr. Felipe Nicolau do Carmo, presidente da Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo), entidade que representa as famílias remanescentes do crime de Estado em Pau D’Arco, nas cortes nacionais e internacionais. 

Evento contou com exibição de documentário e atividades culturais. Foto: Banco de Dados AND

O Dr. Felipe relatou, emocionado, sobre a honradez, bravura e coragem daqueles camponeses em retomar as terras da Fazenda Santa Lúcia, apenas um mês após o hediondo crime do Estado e do latifúndio. O advogado falou também sobre a mobilização das famílias camponesas, desde a retomada da fazenda Santa Lúcia, dirigida pela Liga dos Camponeses Pobres – LCP e denunciou a impunidade dos envolvidos, particularmente dos mandantes latifundiários. 

Alguns estudantes usaram da palavra. Um jovem da Biologia falou sobre a importância desse tipo de evento para formação em seu curso. Outra estudante perguntou sobre a diferença entre reforma e revolução agrária. Após a fala de um representante da Liga Operária foram entoadas palavras de ordem em defesa da revolução agrária.

No encerramento do evento o Comitê de Apoio ao AND informou que realizará outros debates sobre a luta popular e pela terra nos próximos meses. 

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