Sem atendimento médico, uma senhora foi flagrada deitada no chão de um hospital, na zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 13/04. Ela estava com dores e não pôde ser atendida, porque não havia macas.
Dona Lenisia, que não teve idade revelada, está diagnosticada com câncer no pâncreas e metástase no fígado e pulmão. Em um laudo, ela teve ordenada a internação para tratamento, com aval do judiciário, porém após passar por três hospitais não teve acesso ao seu direito. O caso ocorreu especificamente no Hospital Municipal Pedro II.
A situação a que foi submetida Dona Lenisia tende a se generalizar com o crescimento dos casos de Covid-19, que diminui a quantidade de leitos disponíveis, após décadas de falta de investimento por parte de todos governos reacionários.
As equipes de saúde, por exemplo, denunciam a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e até itens básicos. Desde que a crise começou representantes sindicais e os próprios profissionais, como enfermeiros, médicos e técnicos reclamam e pedem providências urgentes às prefeituras e governos.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, estados onde a Covid-19 tem maior número de infectados, a falta de pessoal, problema crônico, se soma com a falta de EPI, aumentando exponencialmente os riscos aos trabalhadores, sendo vários casos de infecção por dia.
O problema é geral e toma conta das unidades de saúde do país. Na rede pública se torna pior por conta dos vários anos de ataques que o Sistema Único de Saúde (SUS) sofre, com cortes, redução de pessoal, falta de investimentos e privatizações via Organizações Sociais.
A situação é ainda mais crítica após o governo reacionário Michel temer ter aprovado a Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos o montante de investimentos nas áreas sociais, inclusive na saúde.
Dona Lenisia, mesmo sendo paciente oncológica e com fortes dores, teve que deitar no chão do hospital por falta de macas. Foto: Redes Sociais