‘Sem dinheiro’ para a Reforma Agrária, ministro da Agricultura destina R$ 227,5 milhões ao latifúndio

Na primeira semana de agosto, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destinou metade de todo o valor restante do chamado “orçamento secreto” disponível ao ministério para apenas sete municípios mato-grossenses, satisfazendo o latifúndio local, região com a maior concentração de terras no país.
Carlos Fávaro na Aprosoja-MT. Foto: Aprosoja
Carlos Fávaro na Aprosoja-MT. Foto: Aprosoja
Carlos Fávaro na Aprosoja-MT. Foto: Aprosoja

‘Sem dinheiro’ para a Reforma Agrária, ministro da Agricultura destina R$ 227,5 milhões ao latifúndio

Na primeira semana de agosto, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destinou metade de todo o valor restante do chamado “orçamento secreto” disponível ao ministério para apenas sete municípios mato-grossenses, satisfazendo o latifúndio local, região com a maior concentração de terras no país.

Na primeira semana de agosto, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro destinou metade de todo o valor restante do chamado “orçamento secreto” disponível ao ministério para sete municípios mato-grossenses. A medida satisfaz o latifúndio local e seus representantes na região que possui a maior concentração de terras no país. O inimigo dos camponeses, Fávaro, é representante político deste setor do latifúndio. Foram cerca de R$ 227,5 milhões.

Enquanto isso, o governo afirma “não ter dinheiro suficiente” para reforma agrária: o ministério da Agricultura destinou míseros R$ 2,5 milhões para aquisição de terras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

São milhares de reais provenientes dos impostos retirados às custas do suor e sangue do povo, que escoam livremente às burras do latifúndio através dos remanescentes do indecente “orçamento secreto” (o qual Luiz Inácio maldisse durante a campanha eleitoral).

Quando o orçamento secreto foi proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2022, metade do montante previsto para essas emendas este ano, R$ 9,8 bilhões, foi convertido em emendas individuais. A outra metade foi para o caixa dos ministérios e pode continuar sendo usada em negociações políticas indecorosas, pois a distribuição é de livre competência nas pastas.

Os principais estados beneficiados pelas verbas na posse dos ministérios foram Mato Grosso e Pará (PA), dois estados com imensa predominância econômica e política do latifúndio no país. Fávaro já ocupou o cargo de vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), em 2010, e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Entre 2015 e 2018, foi vice-governador de Mato Grosso. Em abril de 2016, foi secretário de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, cargo que ocupou até dezembro de 2017. 

Desta forma, prossegue-se a entrega de milhares de reais provenientes dos impostos pagos com suor e sangue pelo povo brasileiro ao latifúndio. Entre conluios e pugnas palacianas dos “poderosos”, o campesinato pobre e povos indígenas seguem condenados à ruína, sendo massacrados pelo velho Estado.

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