A Frente de Defesa de Lutas do Povo (Equador) divulgou, no dia 10 de outubro, uma nota destacando o papel da direção oportunista e da repressão do velho Estado em tentar esmagar e controlar a revolta das massas de toda forma.
Desde o início da rebelião popular no Equador, nove mortes foram confirmadas pelo povo; mais de 200 pessoas foram feridas gravemente, e quase 1 mil detidas. Hospitais e centros de ajuda humanitária foram bombardeados com gás pela polícia, e aconteceram disparos de armas com munições letais e não letais pelas forças de repressão durante a jornada de lutas. Estradas foram bloqueadas, campos de petróleo foram ocupados por massas de camponeses e indígenas pobres e a produção de petróleo foi suspensa.
A FDLP coloca que, “embora seja verdade que na massiva marcha de trabalhadores havia focos de combatividade, expostos pelo elemento consciente da classe e do povo, a liderança oportunista arrastou a maioria dos manifestantes para uma marcha de cordeiros; radicais no discurso, domesticados na ação”.
Dentre as ações levadas a cabo durante o levantamento de massas, os revolucionários ressaltam algumas que foram de grande peso e saldo positivo para a luta do povo.
Uma delas foi a retenção de vários policiais pelos camponeses, levados à Casa da Cultura, onde se concentraram as delegações das diferentes organizações. A polícia foi obrigada a carregar o caixão de um dos companheiros indígenas assassinados pela repressão.
“O carácter simbólico dessa ação é imensurável”, dizem os revolucionários. “A responsabilidade da polícia, dos militares (sob o comando da ministra do Interior, María Paula Romo, e do ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín) não pode passar despercebida na história. Hoje, mais do que nunca, foi possível infligir derrotas humilhantes a membros do Exército e da polícia”, afirmou a Frente.
O aumento das ações violentas contra as forças repressivas, como o uso de bombas incendiárias que causaram ferimentos graves a membros da Polícia Nacional no centro da cidade; e a incorporação de um maior número de massas camponesas e indígenas, que se mobilizaram desde o leste e sul do país, também foram citados pela FDLP.
“É importante não nos deixarmos conquistar por oportunistas que querem mostrar-se pacificamente, e que querem negar ao povo o direito legítimo de opor a violência revolucionária contra a violência reacionária”, dizem os militantes.
Eles prosseguem: “Há que dizer, aqui e agora, que não haverá perdão ou esquecimento aos repressores do povo; não haverá perdão ou esquecimento para aqueles que trafiquem e negociem com o sangue do povo. E nisso queremos ser incisivos: líderes populares, sindicalistas, camponeses que ousam negociar com o sangue que o povo derrama terá que responder diante da história”.
Ao longo da história, continuam, “sabemos que as lideranças oportunistas e revisionistas sempre acabam negociando com os patrões, com a repressão, com os governos no poder, enfim, com o velho Estado, o sangue e as lutas do povo”.
“Temos que aprofundar a luta, Temos que militarizar a ação”, conclui a FDLP. “É urgente dar respostas mais contundentes ao velho Estado, ao seu aparelho repressivo e ao governo. Temos que reivindicar a vida de nossos mártires, alimentando a rebelião popular. A violência revolucionária tem de ser aplicada e desenvolvida; é essa a consigna a ser levantada”.
Cartaz elaborado pela FDLP