Sindicato dos Enfermeiros do RJ denuncia empresa e prefeitura de Duque de Caxias ao Ministério Público do Trabalho

“Somos orientados a não criticar a política local, sob pena de demissão. O hospital é usado como ferramenta política, o que nos deixa sem voz para reivindicar melhores condições” disse uma enfermeira que trabalha na unidade há mais de 13 anos.
Prefeitura de Duque de Caxias. Foto: Reprodução

Sindicato dos Enfermeiros do RJ denuncia empresa e prefeitura de Duque de Caxias ao Ministério Público do Trabalho

“Somos orientados a não criticar a política local, sob pena de demissão. O hospital é usado como ferramenta política, o que nos deixa sem voz para reivindicar melhores condições” disse uma enfermeira que trabalha na unidade há mais de 13 anos.

O Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (SindEnfRJ) informou, por meio de uma nota lançada no dia 30/11, ter denunciado ao Ministério Público do Trabalho a empresa Logan Serviços Médicos Ltda, e a Prefeitura do município de Duque de Caxias – sob gerência de turno de Netinho Reis (MDB) – pela quarteirização dos serviços nas unidades de Saúde – com exceção do Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna – do município. 

Contratada pela administração municipal, a empresa Logan Serviços Médicos Ltda cumpre o papel de fornecer enfermeiros para os hospitais locais, porém, conforme apurado pelo sindicato, “os profissionais não são contratados em regime de CLT, havendo hipótese de pejotização e de ‘sociedades em conta de participação’, configurando a quarteirização”. Além disso, foi informado que os salários dos profissionais se encontram atrasados desde outubro deste ano, sem perspectiva de pagamento.

O sindicato também denunciou a decisão da Prefeitura de rescindir o contrato da empresa Logan, o qual pretendia fazer no mês passado. Segundo o sindicato, a decisão irá acarretar “em demissões em massa, sem perspectiva de pagamento de qualquer verba rescisória.” Elizabeth Guastini, presidente do SindEnfRJ comentou que “a situação desrespeita de forma aviltante os enfermeiros que dedicam suas horas de trabalho para cuidar dos pacientes e salvar vidas nas unidades de Saúde da cidade.”, ela também fez contato com o advogado do sindicato, que protocolou a denúncia no Ministério Público do Trabalho contra a Empresa e a Prefeitura de Caxias.

Enfermeiro(a)s do Hospital Municipal Moacyr do Carmo denunciam atraso salarial, precarização e ameaças dentro da unidade

Profissionais da saúde do Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Caxias, denunciam a situação de precarização crítica das condições de trabalho. Eles relatam que salas para 12 pacientes chegam a abrigar até 40 pessoas, que materiais básicos como como roupa de cama estão em falta, e alguns equipamentos quebrados. “Pacientes chegam com um problema e saem com outro, devido às condições insalubres. Trabalhamos há anos em uma estrutura precária, o que compromete o atendimento e a nossa saúde mental” denunciou um profissional da enfermaria ao monopólio de imprensa.

Como se já não bastasse, os profissionais também precisam lidar com o atraso de seus pagamentos que já vem desde setembro deste ano. “Não recebemos o salário de setembro, e os meses de outubro e novembro também estão pendentes. A Logan – empresa responsável por intermediar os pagamentos – diz que a prefeitura não repassou os valores. Essa instabilidade se tornou rotina. Estamos sem ter como comprar comida em casa e não sabemos como será o Natal” relatou um enfermeiro.

A situação se torna ainda mais grave pois os profissionais da unidade afirmam ser ameaçados para não questionarem a gestão da unidade e a Prefeitura. “Somos orientados a não criticar a política local, sob pena de demissão. O hospital é usado como ferramenta política, o que nos deixa sem voz para reivindicar melhores condições” disse uma enfermeira que trabalha na unidade há mais de 13 anos.

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