Sionista israelense que defende anexação da Palestina é indicada ao Nobel da Paz

Os acadêmicos alegam que Weiss contribuiu com décadas de trabalho para a "estabilidade" na região ao impulsionar a expansão dos assentamentos ilegais israelenses e "fortalecer comunidades judaicas" na Cisjordânia. Assim, afirmam, Weiss teria contribuído para reduzir o número de mortes de palestinos em comparação com Gaza.
A sionista Daniela Weiss. Foto: Reprodução

Sionista israelense que defende anexação da Palestina é indicada ao Nobel da Paz

Os acadêmicos alegam que Weiss contribuiu com décadas de trabalho para a "estabilidade" na região ao impulsionar a expansão dos assentamentos ilegais israelenses e "fortalecer comunidades judaicas" na Cisjordânia. Assim, afirmam, Weiss teria contribuído para reduzir o número de mortes de palestinos em comparação com Gaza.

Daniella Weiss, uma das principais lideranças do movimento de colonos ilegais israelenses, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz de 2025. A nomeação foi feita pelos professores Amos Azaria, da Universidade de Ariel—localizada em um assentamento ilegal na Cisjordânia—e Shalom Sadik, da Universidade Ben-Gurion. Os acadêmicos alegam que Weiss contribuiu com décadas de trabalho para a “estabilidade” na região ao impulsionar a expansão dos assentamentos ilegais israelenses e “fortalecer comunidades judaicas” na Cisjordânia. Assim, afirmam, Weiss teria contribuído para reduzir o número de mortes de palestinos em comparação com Gaza.

A indicação gerou indignação imediata nas redes sociais e entre defensores dos direitos do povo palestino. Weiss, de 79 anos, lidera o movimento de extrema-direita Nachala, que defende a anexação total da Cisjordânia e da Faixa de Gaza por Israel. Sua atuação tem sido marcada por declarações racistas contra palestinos e pelo incentivo à ocupação de terras palestinas por meio da expansão de colônias ilegais, frequentemente associadas a ataques violentos contra os nativos.

Os internautas denunciaram a perversão do conceito de paz por aqueles que a indicaram. “Isso só pode ser uma piada”, comentou um usuário. Outros apontaram o risco de desmoralização do próprio prêmio, caso Weiss seja levada a sério pelo comitê.

A realidade dos assentamentos ilegais israelenses é amplamente condenada pela comunidade internacional. A ONU já declarou repetidamente que essas colônias violam a Quarta Convenção de Genebra. Mesmo entre os seus, a líder do Nachala se destaca por sua perseguição e ódio contra palestinos. Tanto é que, em 2024, o Canadá impôs sanções contra Weiss e outros colonos envolvidos em ataques a palestinos.

Uma figura como esta, no entanto, não é exceção. O regime de apartheid de Israel, que dá proteção legal e militar para a ação de grupos como esses, estimula o mais concentrado chauvinismo e racismo, e segue impune. Protegido pelo apoio incondicional dos EUA e de países europeus, que insistem em tratar o colonialismo como uma questão de “segurança”, o regime segue produzindo “heroínas”, “pacifistas” da laia de Daniella Weiss.

O Comitê do Nobel divulgará os vencedores do prêmio em outubro, e a cerimônia oficial acontecerá em dezembro, na Noruega. Enquanto isso, a nomeação de Weiss segue como um dos temas mais controversos da premiação deste ano. Sua indicação demonstra como questões candentes da ocupação israelense e do futuro da Palestina seguem sem resolução mesmo após o cessar-fogo.

A nomeação de Daniella Weiss não é um caso isolado, mas parte de um esforço maior para melhorar a imagem do apartheid israelense perante a comunidade internacional e silenciar as críticas e denúncias contra a ocupação. Embora sua vitória seja improvável, não seria surpreendente se o Comitê que laureou o criminoso de guerra Barack Obama, em 2009, resolvesse repetir a dose em 2025 com Weiss. Em ambos os casos, alçar líderes da violência colonial à condição de símbolos de paz é um insulto não apenas ao povo palestino, mas a todas as vítimas de regimes opressores ao longo da história.

Com informações de The New Arab, Arabnews, Middle East Eye e PressTV.

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