Comboio de veículos blindados do USA patrulham a cidade de Qahtaniyah, no nordeste da Síria, na fronteira com a Turquia, 31/10/2019. Foto: Delil Souleiman / AFP via Getty Images
No dia 17 de agosto, as forças do imperialismo ianque (Estados Unidos, USA) na Síria realizaram pela primeira vez em pelo menos seis meses um ataque mortal contra soldados do governo sírio, hoje sob gerência de Bashar al-Assad, lacaio dos russos. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado na Inglaterra (vinculado à propaganda de guerra do USA), pelo menos um soldado sírio foi morto no ataque aéreo feito pelas forças do USA, na vila de Tal Dahab, perto da cidade de Qamishli, nordeste do país.
De acordo com informações veiculadas em diversas fontes, como a Arab News e o Middle East Eye, o ataque aconteceu depois de soldados sírios em um posto de controle militar do governo recusarem a ceder passagem para um comboio militar ianque. Eles teriam trocado tiros, forçando as forças da coalizão imperialista no país a recuar, que voltaram cerca de meia hora depois com helicópteros, e então bombardearam o sítio.
A PUGNA NO NORTE DA SÍRIA
A região da Síria onde ocorreu o episódio tem sido palco dos principais confrontos mais recentes do país. É nela onde se concentram centenas de soldados ianques, os remanescentes da intervenção imperialista no país que trabalham em conluio com seus lacaios das Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas por curdos sírios, e atualmente controlam os recursos petrolíferos disponíveis.
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Além disso, essa mesma região hoje também vive a invasão de tropas da Turquia, impulsionada sobre o território sírio pelo expansionismo reacionário de suas classes dominantes sob o pretexto de combater os curdos sírios. Ao mesmo tempo, o imperialismo russo, que busca consolidar os seus interesses na partilha e controle da Síria através do seu apoio ao governo de Assad, apresenta-se como intermediário e mediador entre a Síria e os turcos, possuindo também tropas no terreno.
No mesmo dia do bombardeio em Tal Dahab, um veículo militar turco foi atingido por uma explosão durante uma patrulha feita em conjunto entre russos e turcos próximo a Idlib, no noroeste da Síria, possivelmente de um lançador de granada. O ataque foi associado como de autoria dos paramilitares apoiados pelo USA.
No dia seguinte, em 18/08, duas aeronaves não-tripuladas (drones) pertencentes ao imperialismo ianque foram flagradas caindo em chamas no espaço aéreo sobre a província de Idlib, em imagens que começaram a circular na internet. A princípio, a explicação divulgada foi de que soldados turcos com um sistema portátil de defesa antiaérea haviam abatido pelo menos um drone General Atomics MQ-9 Reaper, de fabricação ianque, ao passo que o USA até o momento não havia feito nenhum comunicado.
Par de drones do USA avistado caindo sobre Idlib, noroeste da Síria, no dia 18/08/2020. Foto: Reprodução Redes Sociais