Síria: por que agora?

O que esses grupos querem não é construir uma sociedade democrática e civil, mas destruir os Estados nacionais na região. Agora, seu objetivo é destruir a Síria e tudo o que ela representa histórica, geográfica e politicamente. Os mesmos que estão destruindo Gaza e o Líbano agora estão destruindo o norte da Síria.

Síria: por que agora?

O que esses grupos querem não é construir uma sociedade democrática e civil, mas destruir os Estados nacionais na região. Agora, seu objetivo é destruir a Síria e tudo o que ela representa histórica, geográfica e politicamente. Os mesmos que estão destruindo Gaza e o Líbano agora estão destruindo o norte da Síria.

Não é coincidência que os grupos armados começaram seu ataque coordenado no norte da Síria no mesmo dia em que o Líbano assinou o acordo de cessar-fogo com o inimigo israelense. Também não é coincidência que, no mesmo dia, o primeiro-ministro de Israel, o criminoso de guerra Benjamin Netanyahu, ameaçou o governo sírio, afirmando que este pagaria um preço muito alto se continuasse apoiando o Hezbollah e a Resistência Palestina. Os ataques no norte da Síria reafirmam o que mais de uma década de guerra neste país nos ensinou.

Em primeiro lugar, o que aconteceu e o que está acontecendo em vários países árabes, inclusive na Síria, é parte de um plano maior: o plano americano-sionista para nossa região. Israel está em guerra não apenas contra Gaza e o Líbano, mas contra toda a nação árabe. Destruir e dividir os países árabes é, portanto, o objetivo do sionismo na região.

Na Síria, estão tentando implantar grupos extremistas e terroristas que não passam de mercenários pagos com o intuito de destruir o Estado sírio. Isso faz parte da guerra que Israel iniciou em Gaza e no Líbano, e que agora avança na Síria, para consolidar Israel como a única potência militar e política no mundo árabe. Enfrentar esses grupos faz parte da luta do eixo da resistência para combater o plano que ameaça nossa nação árabe, nossa pátria e, principalmente, as forças da resistência na região.

Segundo ponto: vale lembrar que o que chamam de “Primavera Árabe” resultou na divisão e destruição de vários países, dentre eles a Líbia, o Iraque e o Iêmen. O que esses grupos querem não é construir uma sociedade democrática e civil, mas destruir os Estados nacionais na região. Agora, seu objetivo é destruir a Síria e tudo o que ela representa histórica, geográfica e politicamente. Os mesmos que estão destruindo Gaza e o Líbano agora estão destruindo o norte da Síria.

Durante um ano inteiro de genocídio em Gaza e durante a guerra contra o Líbano, a Síria sofreu vários ataques que atingiram toda a sua geografia, resultando na destruição de muitas instalações militares e civis, além da morte de dezenas de civis sírios em várias cidades do país. Entretanto, esses ataques falham em afastar a Síria do eixo da resistência, especialmente no que diz respeito à relação estratégica entre o Hezbollah, a resistência Palestina e a Resistência Síria. Esta ofensiva atual do eixo inimigo — formado por Estados Unidos, Israel e o Ocidente — utiliza instrumentos locais, como tais grupos terroristas que alegam falsamente serem muçulmanos, mas que, na verdade, são ferramentas do projeto imperialista e sionista na região.

Terceiro ponto: é inimaginável que tais grupos extremistas, inimigos da democracia e da sociedade civil, sejam capazes de elaborar um projeto democrático que cause mudanças positivas no mundo árabe. O que eles desejam não é democracia, mas derrotar a resistência na região do Oriente Médio. Enfrentar essas forças e derrotá-las significa combater e vencer o projeto americano-sionista na Síria e no Oriente Médio. Não podemos nos enganar com os slogans falsos que esses grupos propagam. Eles estão armados contra o Estado nacional sírio e enfrentá-los, repito, é enfrentar o projeto imperialista na região.

Quarto ponto: desde o primeiro dia do genocídio em Gaza e da guerra contra o Líbano, Israel anunciou claramente que seu objetivo é alcançar o que chama de “Novo Oriente Médio”, que significa controle total sobre a nossa região e transformar Israel na única potência a serviço do imperialismo na área. Os regimes árabes aliados aos Estados Unidos e ao Ocidente são parte desse projeto e a normalidade com Israel é a base dessa estratégia. Destruir e dividir a Síria também faz parte disso. Os “revolucionários” árabes e os regimes aliados do Ocidente na região financiaram e armaram grupos terroristas não apenas na Síria, mas também na Líbia, no Iêmen e no Iraque.

Não é de se estranhar que representantes desses grupos armados tenham anunciado, nos últimos dias, que estão prontos para abrir uma embaixada da entidade sionista em Damasco. O que está acontecendo na Síria hoje não é uma guerra contra o regime, mas uma guerra contra todas as forças da resistência na Palestina e no Líbano. A Palestina é quem mais é afetada nessa guerra: um conflito que ocorre no norte da Síria, mas cujo objetivo é atingir todos aqueles que resistem à ocupação sionista e à influência americana no mundo árabe. Esses grupos não dispararam uma única bala contra Israel em apoio a Gaza, nem sequer condenaram o genocídio na Palestina. Agora, com todas as suas forças, iniciaram uma guerra destrutiva contra o povo e o Estado sírios a serviço do imperialismo e do sionismo.

Estes grupos pensam que a Síria, após o que ocorreu no Líbano e a guerra em Gaza, sucumbirá. Mas estão enganados. Eles falharam contra o Hezbollah, que anunciou, e anuncia todos os dias, que apoia a Palestina e a causa palestina como uma questão de vida ou morte. Em Gaza, também não alcançaram seus objetivos. Na Síria, tampouco alcançarão o que desejam. Portanto, as forças da resistência, tanto na Palestina quanto no Líbano e certamente na Síria, são capazes não apenas de enfrentar, mas de derrotar nosso inimigo.

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