A sede de imprensa da organização revolucionária mexicana Corrente do Povo – Sol Vermelho, em Oaxaca, foi atacada por elementos não identificados no dia 28 de novembro, segundo um comunicado da organização lançado na semana passada. De acordo com o informe, as câmeras do local foram roubadas e a porta foi arrombada.
Uma investigação feita pelos próprios revolucionários encontrou, nas imediações da sede, uma pegada de um calçado de tipo militar. O estilo do ataque e da pegada combinam com outros ataques que a sede de imprensa sofreu: segundo o comunicado, desde 2020 sujeitos de porte militar à paisana fustigam a sede, tiram fotos das instalações e tentam intimidar as pessoas com a presença ostensiva de motocicletas e caminhonetes rodeando o local.
A organização revolucionária denunciou também que no dia 4 de fevereiro de 2023 um homem paramentado de roupa tática roubou a câmera de segurança da sede. Fato sequenciado por ameaças e perseguições feitas contra ativistas da organização logo após, no dia 29 de janeiro do mesmo ano, um bando pistoleiro ter atacado a comunidade camponesa de Rincon Tagolaba, Oaxaca.
A Corrente do Povo – Sol Vermelho afirma que os ataques sistemáticos contra suas sedes foram reportados aos órgãos de fiscalização do estado de Oaxaca e ao Mecanismo Nacional de Proteção aos Defensores e Jornalistas, mas protesta que as “autoridades competentes” escolhem “engavetar” os crimes e não avançar nenhuma investigação.
Ao mesmo tempo, denuncia que quando se trata de acusar e criminalizar membros do movimento popular o velho Estado é rápido em prender os lutadores do povo. De acordo com os revolucionários, os ataques contra a imprensa das organizações democráticas e revolucionárias são uma agressão de Estado.
Em seu comunicado, a Corrente do Povo – Sol Vermelho emitiu um sinal de “alerta geral” e agradeceu a solidariedade expressa por organizações democráticas e do movimento popular no México. Conclamam as massas e seus apoiadores: “Obrigado, companheiros! A solidariedade é a ternura dos povos. Não nos calarão!”