Combatentes da Resistência Nacional somali aniquilaram 46 soldados durante um ataque a uma base militar da União Africana, dia 1º de abril, em um vilarejo chamado Bulo-Marer, no sul do país.
Os combatentes, vinculados ao Al-Shabaab, iniciaram a ação com dois carros-bomba que explodiram na entrada da base fortificada. A ação mobilizou pelo menos 100 combatentes da Resistência Nacional, que utilizaram granadas e metralhadoras. Em troca, 14 combatentes do Al-Shabaab tombaram no ataque.
Os 46 soldados eram provenientes de Uganda e atuavam na operação de ocupação colonial do país, sob o pretexto de estabilizá-lo contra a ação de grupos armados islâmicos. Esses grupos armados islâmicos, que muitas vezes revestem suas ações e políticas com um teor sectário e religioso, centraliza hoje suas ações contra as tropas estrangeiras.
Um pouco mais sobre a ocupação
Conforme já analisamos em AND 207, a Somália e outros países fronteiriços foram arrastados para a guerra de dominação após a intervenção com tropas do imperialismo francês no Mali, em 2013. Na ocasião, grupos armados islâmicos tomaram controle de vastos e ricos territórios no Norte do Mali, contrariando os interesses franceses.
No entanto, a invasão imperialista francesa – que, em junho de 2013 passou a realizar-se com tropas da ONU provenientes de vários países, mas dirigidas pelos franceses – logo passou a realizar ações nos países limítrofes, como Chade, Somália, Níger e Burkina Faso, levando para esses países os grupos de Resistência Nacional.
Na Somália, além de tropas da União Africana – que é hegemonicamente manobrada pelo USA – há tropas do imperialismo ianque. Em abril de 2017, o arquirreacionário Donald Trump enviou dezenas de tropas ao país, no maior movimento do tipo desde sua fatídica derrota na batalha de Mogadíscio, em 1993, quando foram aniquilados 14 soldados ianques e derrubados dois helicópteros de guerra.
Os soldados ianques atuantes no país pertencem à 101ª Divisão Aerotransportada e visam bater as posições do grupo Al-Shabaab.