SP: 5 anos do massacre de Paraisópolis, mães protestam pelo julgamento dos policiais militares

O movimento de mães Os 9 que perdemos, em memória à data, convocou uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, exigindo o julgamento para os 12 policiais militares envolvidos na ação.
Foto: UOL

SP: 5 anos do massacre de Paraisópolis, mães protestam pelo julgamento dos policiais militares

O movimento de mães Os 9 que perdemos, em memória à data, convocou uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, exigindo o julgamento para os 12 policiais militares envolvidos na ação.

Neste domingo, 1º de dezembro, completaram 5 anos de uma das maiores chacinas promovidas pela Polícia Militar de São Paulo: o massacre de Paraisópolis, como ficou conhecida a operação da Polícia Militar realizada na 3° maior favela do Brasil, Paraisópolis, durante um baile funk onde se concentravam mais de 5 mil jovens.

O objetivo da operação era reprimir e espancar jovens da comunidade em represália ao assassinato de um sargento da Força Tática da PM. Ao chegar no local a PM então iniciou uma brutal repressão à população com o uso de balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, bombas essas que ocasionaram na morte de 9 jovens por asfixiamento. 

O movimento de mães Os 9 que perdemos, em memória à data, convocou uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, exigindo o julgamento para os 12 policiais militares envolvidos na ação. Em tentativa de coibir a realização da manifestação, a Polícia Militar realizou um bloqueio total na Av. Morumbi impossibilitando o acesso ao Palácio do governo, o que não foi suficiente para impedir que o protesto ocorresse e que as mães denunciassem a política de extermínio contra a população pobre promovida pelo Velho Estado.

Com estandartes com o rosto e nomes dos 9 jovens mortos pela polícia carregados pelas mães, o protesto seguiu nas proximidades do palácio do governo onde eram carregadas faixas contra a violência policial e em memória aos jovens. Palavras de ordem contra o governador Tarcísio de Freitas e o Secretário de Segurança Pública Derrite eram entoadas em uníssono pelas dezenas de manifestantes. Ao final da manifestação tinta vermelha, representando o sangue do povo, foi derramada em frente ao bloqueio policial em memória às vítimas.

Com a mobilização realizada durante estes 5 anos o movimento conquistou um julgamento em que os réus do processo prestem depoimento em audiência marcada para janeiro de 2025. O movimento também lançou um site pela memória do ocorrido e dos jovens, possível de acessar pelo link: https://os9queperdemos.com.br/ 

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