SP: Ambulante é covardemente agredido por seguranças no trem

SP: Ambulante é covardemente agredido por seguranças no trem

Foto: Banco de Dados AND

No dia 2 de julho, o vendedor ambulante Cesar Augusto Souza de Oliveira, de 19 anos, foi agredido com golpes de cassetete e acabou torturado por seguranças na estação de trem de Francisco Morato, na Grande São Paulo. O vendedor aparece em um vídeo sendo detido e imobilizado com um golpe no pescoço conhecido como “gravata” pelos agentes de segurança da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). 

“Está tudo doendo. Olha minha cara como está!”, diz Cesar no vídeo gravado depois da agressão. Ele está algemado, com as mãos para trás, sentado numa cadeira, e com sangue na testa, escorrendo pelo rosto. Próximo a ele estão seguranças usando coletes da CPTM. O vendedor afirmou ao monopólio de imprensa G1 que a gravação foi feita em uma sala da estação por um amigo dele, outro vendedor, de 20 anos, que também acusa os seguranças de agressão.

Cesar denunciou que foi torturado pelos seguranças da CPTM. “Só pelo fato de eu estar algemado e eles estarem em muitos, houve tortura”, disse o vendedor. “Tenho marcas de que eles me bateram com cassetete e marca das algemas. Machucaram todo meu braço. Meu rosto ficou com muito sangue caindo no meu olho. Eu estava tonto. Levei sete pontos na cabeça”, contou o ambulante.

Ele também reclamou das algemas colocadas nele. “Não sou bandido”, asseverou. Cesar pretende entrar com um processo no judiciário contra os seguranças e a CPTM para pedir indenização por danos morais. Segundo ele, os agentes também o caluniaram e difamaram.

“Sou trabalhador, mas me chamaram de vagabundo”, falou o vendedor, que não estava trabalhando no momento da confusão. Ele comercializa máscaras para se proteger da Covid-19.

“Ele foi mantido em cárcere privado. Tudo isso é bem claro. Ele em uma cadeira, o chão cheio de sangue, seu rosto machucado e cheio de sangue. E mostra ele algemado. Foi espancado e torturado”, diz um ativista ligado à advocacia que acompanha o caso, em entrevista ao G1.

O caso não é isolado e está muito relacionado com toda a propaganda reacionária que criminaliza os ambulantes, desempregados e que são lançados à informalidade, além do treinamento belicista dispensado aos seguranças.

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