Mulheres camponesas organizadas pela União Nacional Camponesa (UNC) pararam a Rodovia Bauru-Iacanga no estado de São Paulo, no dia 21 de agosto. O ato ocorreu em repúdio à venda ilegal da Fazenda Santo Antônio, reocupada no dia 17 de agosto.
A Fazenda Santo Antônio pertencia a um frigorífico que faliu em 2014. Nesse período de 4 anos, foi palco de intensa disputa com considerável número de ocupações camponesas. “A área já foi leiloada três vezes.”, relata a nota da UNC, que denuncia o papel do judiciário reacionário em evitar a qualquer custo o destino da área aos camponeses sem terra ou com pouca terra.
Mesmo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) tendo ofertado os maiores valores nos últimos três leilões, as terras da fazenda foram encaminhadas pelo judiciário à inciativa privada.
A nota da UNC comenta também que após a vitoriosa reocupação do dia 17, ocorreu a vigésima quinta reintegração de posse da fazenda.
O protesto do dia 21, com uma ação de queima de pneus, foi planejado e dirigido pelas mulheres camponesas, segundo a UNC, contra a venda da fazenda, a qual a nota qualificou como “golpe judicial”. O protesto rechaçou ainda a lentidão e incapacidade do velho Estado, representado pelo Incra, em realizar a distribuição de terra entre camponeses.