SP: Comunidade escolar se mobiliza contra transferência de alunos para prédio precário

SP: Comunidade escolar se mobiliza contra transferência de alunos para prédio precário

Print Friendly, PDF & Email

Pais, alunos, professores e moradores da região escolar promoveram uma Assembleia Popular no dia 5 de agosto contra os ataques ao direito de ensino na Escola Estadual Esmeralda Becker. A escola, que existe há mais de 28 anos na região da Aldeia de Carapicuíba, tem resistido bravamente aos interesses do poder público de fechá-la.

Após o final das férias escolares, pais e alunos foram coagidos a aceitar uma mudança do prédio escolar. Contudo, o novo prédio, onde funcionava uma faculdade que foi fechada há mais de 5 anos, não comporta os mais de 300 estudantes do ensino fundamental e médio, além de ficar localizado em um local de mata trazendo insegurança para pais e alunos.

Luta para barrar fechamento

As tentativas de fechamento da escola ocorrem desde 2015, quando houve o plano da reorganização escolar. Na época, o projeto foi barrado por uma ocupação estudantil. Com o sucateamento do ensino público, a escola tem sofrido com alagamentos e falta de infraestrutura para os alunos.

Por isso, a comunidade escolar se mobilizou e se manifestou pela melhoria do prédio. A prefeitura de Carapicuíba, em manobra malandra, decidiu mudar os alunos para o prédio precário em vez de reformar o atual.

Devido a situação de calamidade imposta aos alunos, os pais e a comunidade escolar se mobilizaram pelo restabelecimento imediato do prédio antigo com as devidas reformas. Cansados de serem ignorados pela diretoria de ensino e prefeitura, organizaram a Assembleia Popular para definir suas demandas e plano de luta para conquistá-las.

Paralisando a aula do dia, os estudantes fizeram uma manifestação em frente ao prédio da escola exigindo a realização da Assembleia no período das aulas. A PM então foi acionada para intimidar pais e alunos durante a manifestação, mais de 10 viaturas foram ao local para impedir que a Assembleia acontecesse. Tentativa essa frustrada pela combativa postura dos pais e alunos que conquistaram então o direito de realizar a Assembleia.

Assembleia Popular denuncia e põe em prática plano de lutas

“Minha filha foi impedida de usar o banheiro durante a aula. Quando fui a secretaria reclamar me disseram que eu precisava de um atestado médico para comprovar que minha filha tinha a necessidade de ir ao banheiro frequentemente”, relata uma das mães. Como se trata de um local pequeno, a permissão aos alunos de ir ao banheiro é restringida pois o prédio conta somente com 1 banheiro para todos os mais de 300 alunos.

As denúncias também ilustram o problema de segurança do novo prédio: por se tratar de um local afastado numa região de mata, no primeiro dia de aula 3 televisores e a merenda da escola foram furtadas. Com o medo de que o episódio se repetisse o prédio passou a ficar fechado, o que gerou mais problemas.

“Uma vez uma professora saiu para fumar e ficou trancada para fora da escola por mais de 20 minutos até achar quem tinha a chave para abrir o prédio, e se fosse uma emergência? E se tivesse um incêndio? Ficaríamos 20 minutos trancados sem ter como sair”, denuncia a presidente do grêmio estudantil. A escola também não conta com funcionários na portaria e, segundo as denúncias, também não tem o alvará do corpo de bombeiros.

Revoltados com a situação, a comunidade escolar deliberou através da Assembleia Popular o plano de lutas para a conquista das reformas no prédio antigo onde a escola se instalava. “A questão das enchentes do prédio antigo se resolve com o tratamento do córrego que a prefeitura não quer fazer, que é um problema da região como um todo, aqui também vai alagar quando voltar o período das chuvas porque o córrego também passa por aqui” é o relato de um morador da região há mais de 48 anos explicando a necessidade da conquista do tratamento do córrego contra as enchentes.

Portanto, na Assembleia Popular ficou definido que a comunidade vai iniciar uma campanha para a volta das aulas no prédio anterior através de intensas manifestações já agendadas, e que, irá usar do espaço escolar para manter suas mobilizações através da independência e democracia da Assembleia.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: