No dia 1º de fevereiro, plena quinta-feira às 18 horas da tarde, horário de pico, uma composição da Linha 3 – Vermelha do Metrô de São Paulo sofreu uma interrupção de energia após um passageiro acionar o dispositivo de emergência, o que interrompeu os serviços da linha por mais de três horas e forçou os passageiros a descer do metrô.
No horário de pico, período em que todos os trabalhadores voltam para casa, um metrô extremamente lotado e com lentidão no transporte de passageiros é algo comum, este foi o motivo para que um passageiro acionasse o dispositivo de emergência após alguns passageiros começarem a passar mal dentro do metrô em decorrência da superlotação. Sem luz e com o ar condicionado desligado, o estado de pânico fez com que passageiros quebrassem janelas e portas do metrô para conseguir sair. Uma vez com os passageiros na via, houve uma interrupção geral do sistema de transporte da linha vermelha, os passageiros que queriam usar o transporte para voltar para casa não conseguiam entrar nas estações devido ao bloqueio realizado pela PM e seguranças privados, o resultado disso foram diversas estações depredadas.
Milhões de pessoas ficaram sem transporte e tiveram que optar por rotas alternativas, o que sobrecarregou estações de outras linhas, terminais de ônibus e o transporte privado.
Há anos com baixo orçamento, o Metrô de São Paulo opera com poucos maquinistas, funcionários e composições. O caos que milhões sofreram no transporte público é reflexo imediato do projeto de privatização das linhas de Metrô e CPTM. No ano passado, metroviários e ferroviários realizaram inúmeras greves e mobilizações denunciando a situação precária que se encontra o metrô, apontando para a responsabilidade das privatizações. O governador ultrarreacionário Tarcísio de Freitas, por sua vez, teve seu primeiro ano de governo marcado pelo incremento do processo de privatização do transporte, perseguindo grevistas e anunciando para maio deste ano o leilão das linhas 10, 11 e 12 da CPTM.