Matéria enviada por um correspondente estudante.
Na manhã do dia 14 de agosto, a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), à serviço da reitoria da Universidade de São Paulo (SP), tentou instalar grades nas portarias de entrada da moradia estudantil, o CRUSP, e foi barrada por estudantes combativos que usaram seus corpos como escudo para bloquear a instalação das grades, gerando revolta em outras dezenas de estudantes que se uniram para garantir que não fossem implementadas.
Após barrarem a instalação, os estudantes decidiram em uma assembleia emergencial iniciar uma ocupação nas portarias dos Blocos F e G, defendendo as entradas do CRUSP de mais um passo do projeto reacionário da reitoria da USP de monitoramento e vigilância dos estudantes, sobretudo aqueles que se encontram em situações de maior vulnerabilidade social, e dependem da moradia estudantil para terem um teto e permanecerem na universidade.
A PRIP, por sua vez, afirma de forma totalmente desvinculada da realidade estudantil que seu projeto de controle de acesso à moradia (que em muito possui semelhanças com um verdadeiro cárcere) foi decidido de forma democrática, quando na realidade realizou reuniões esvaziadas de moradores, sem democracia para opinarem de fato sobre o que pensam. Para essa tentativa de monitoramento estudantil, a USP gastou surpreendentes R$ 375.098,33.
Esse avanço desesperado da reitoria da USP sob o direito de permanência confirma para cada vez mais estudantes, o plano nefasto da reitoria auto-denominada “progressista” e “aberta ao diálogo” de expulsar as camadas mais pobres do povo da Universidade de São Paulo, cortando e sucateando os meios de permanência universitária como moradia, bolsas e auxílios, além de cortes de verbas que chegam aos bilhões, como a não contratação de milhares de professores e funcionários necessários para o funcionamento mínimo da universidade, e a superlotação de bandejões e ônibus universitários. Vale ressaltar que a USP mantém vínculos diretos com universidades do estado genocida de Israel, e possui em seu caixa anual bilhões de reais que poderiam ser utilizados para resolver os problemas da universidade.
Apesar disso, cresce dia após dia, em meio à justa revolta dos estudantes, um movimento estudantil independente e combativo, que se mostra cada vez mais capaz de lutar com unhas e dentes contra o sucateamento e privatização da USP, em defesa de uma educação pública e gratuita, que derrubará os muros da universidade para colocá-la à serviço do povo no campo e na cidade, como visto pelas vitoriosas ocupações dos blocos K e L (prédio administrativo central da reitoria), a ocupação da prefeitura do campus da USP – Ribeirão Preto, e as duas ocupações da EACH, campus da USP Leste!