SP: Estudantes são agredidos e protesto contra alta da passagem é impedido por policiais

SP: Estudantes são agredidos e protesto contra alta da passagem é impedido por policiais

A Polícia Militar (PM) atacou e impediu um protesto de acontecer, no dia 16 de janeiro. Os estudantes que participavam do protesto repudiavam e exigiam que não ocorresse alta no preço da tarifa do transporte público em São Paulo. No dia 1° de janeiro, a tarifa passou de R$4,30 para R$4,40, enquanto o custo do Bilhete Único Escolar foi fixado em R$2,20, o que deu início ao protesto.

A PM atacou a manifestação com bombas de gás, detenções e bloqueios. Os manifestantes, que queriam ir do Theatro Municipal até a avenida Paulista, só conseguiram chegar até a praça da República, a cerca de 500 metros de lá.

A PM começou a deter manifestantes após alguns deles ultrapassarem uma barreira na praça da República, estabelecida arbitrariamente pelos policiais como “ponto máximo” até onde o protesto poderia chegar. Há relato de pessoas que viram policiais prendendo ilegalmente manifestantes no meio da marcha. 

Entre oito detidos estava Andreza Delgado, ativista popular. “Os policiais me pegaram pelo cabelo, me arrastaram muito. Colocaram o pé em cima de mim. Estou muito dolorida, toda machucada”, conta.

Policiais deram mata-leões em mulheres e as arrastaram pela praça da república. Em meio à confusão gerada pela atitude violenta da repressão, eles mesmos passaram a atirar bombas de gás no protesto. 

Depois das atitude da PM, alguns manifestantes passaram a atirar objetos contra os agentes em resposta à agressão. Às 19h50, um grupo pequeno ainda cantava palavra de ordem na avenida Ipiranga, que ficou bloqueada.

A repressão aos protestos tem sido marca registrada da ditadura disfarçada de democracia que rege no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, os manifestantes devem “solicitar” ao governo para realizar qualquer protestos, com pelo menos cinco dias de antecedência.

Também em São Paulo, é proibido o uso de máscaras por manifestantes. As máscaras viraram símbolo das manifestações em 2013, sendo objeto usado pelos jovens para poderem se defender dos ataques covardes promovidos pelas forças policiais que tinham por objetivo cumprir as ordens dos governos e acabar com a revolta popular. 

Tudo isso, na prática, restringe o direito de manifestação das massas, previsto até mesmo na farsa da constituição de 1988.

PM de João Dória reprime manifestantes em São Paulo. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

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