Ferroviários paulistas cruzam os braços, em greve por reajuste salarial. Foto: Marcelo Justo
Em assembleia realizada na noite do dia 23 de agosto, aproximadamente 2.500 trabalhadores ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram entrar em greve à meia-noite de 24/08. A paralisação das linhas 11 – Coral, 12 – Safira e 13 – Jade segue por tempo indeterminado.
A decisão se deu após audiência de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) de São Paulo, na qual a nova e insatisfatória proposta da CPTM de reajuste salarial foi rejeitada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil. A categoria reivindica reposição salarial referente à data-base de 1° de março dos exercícios de 2020/21 e 2021/22.
Em sua nova proposta, a CPTM ofereceu o pagamento dos valores retroativos em 10 parcelas e somente a partir de fevereiro de 2022. O Sindicato, por sua vez, apresentou a contraproposta de acertar os retroativos em agosto e setembro deste ano, porém, teve sua proposição recusada.
O TRT-2 já havia estabelecido que a empresa aplicasse o reajuste salarial – de 4% para o exercício de 2020/21 e de 6% para 2021/22. A CPTM recorreu, mas o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu a favor dos ferroviários.
Além disso, em 24/08 o Sindicato emitiu uma nota de repúdio contra a CPTM, por ter divulgado faixas salariais mentirosas: “O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, manifesta repúdio e considera uma falta de Respeito, por parte da CPTM, que vem a público informar faixas salariais mentirosas, como se a realidade de grande parte dos Ferroviários e Ferroviárias fosse a remuneração de R$ 6.500,00”.
A nota segue denunciando a empresa por tentar colocar a população contra a justa luta da categoria: “A CPTM, tenta de forma sorrateira, jogar a população, contra os Trabalhadores e Trabalhadoras que transportam a maior cidade da América do Sul. População essa, que não recebe o tratamento merecido, no que diz respeito à Transporte, Saúde e Educação, pois o Governo que deveria proporcionar de forma digna, não o faz”.
“A Greve é uma resposta contra o autoritarismo do Governo. Da pior gestão que a CPTM já teve. Vemos como uma afronta e ameaça a afirmativa de que ‘enquanto milhares de trabalhadores perdem seus empregos ou tem suas rendas diminuídas – a renda média do trabalhador brasileiro é de R$ 2.500,00 – a CPTM mantém salários e benefícios rigorosamente em dia, mesmo tendo sido duramente afetada pela queda na demanda de passageiros durante 2020 e todo o ano de 2021 e com salário médio de R$ 6.500,00’ (…) Exigimos respeito por parte da CPTM e que a empresa informe corretamente os salários da maioria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, deixando de fora os altos salários da diretoria, chefes e altos cargos comissionados”, conclui a nota do Sindicato.