Câmaras flagraram o momento em que extremistas de direita iniciaram o ataque ao restaurante
Um grupo de extrema-direita empreendeu um ataque covarde contra o restaurante palestino Al Janiah, que contrata refugiados, em São Paulo, na madrugada do último dia 1º de setembro. Os militantes fascistas utilizaram facas, bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta.
O grupo contou com cinco membros que se aproximaram do portão do restaurante e, no momento oportuno, lançaram a primeira granada e fecharam o estabelecimento. Quando os funcionários e clientes tentaram fugir, foram ameaçados com facas e trancados novamente no local.
Segundo testemunhas e a administração do restaurante, a Polícia Militar não atendeu aos chamados das vítimas.
O local havia sido palco do lançamento de um livro chamado Tornar-se Palestina, da autora chilena Lina Meruane, defendendo a luta pela autodeterminação da nação Palestina, submetida à ocupação colonial sionista.
Em nota, o restaurante se pronunciou: “Agradecemos o apoio que temos recebido de todos os cantos do Brasil. Não vai ser fácil destruir a solidariedade e os espaços democráticos que foram construídos”, afirma.
Reginaldo Nasser, fundador e membro do estabelecimento, disse que a motivação do ataque não foi só por motivos xenófobos, mas também porque o bar é conhecido como um local de esquerda.
“O ataque, sem dúvida nenhuma, ocorreu porque somos de esquerda. A xenofobia está mais presente nos grupos de direita. A esquerda sempre esteve alinhada contra a xenofobia. Portanto, não é só xenofobia, é porque somos de esquerda”, afirmou Reginaldo, que também é professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).