Imagens: Reprodução
Um adolescente de 17 anos foi detido ilegalmente e chicoteado por dois “seguranças” da rede de supermercados Ricoy, dentro do estabelecimento localizado na Vila Joaniza, zona sul de São Paulo. As imagens filmadas pelos próprios “seguranças” circularam nas redes sociais e, segundo o rapaz, as agressões aconteceram no mês passado.
Após ser levado para um quartinho em meio a caixotes de alimento, o adolescente, que há anos mora na rua, foi amordaçado, obrigado a ficar nu e, em seguida, chicoteado por cerca de 40 minutos com fios elétricos pelos “seguranças”, conhecidos pelos nomes de “Santos” e “Neto”. Durante o vídeo que mostra toda a tortura, os “seguranças” ainda ameaçaram o rapaz de morte, dizendo que estavam “livrando a barra dele” ao fazer aquilo, e que, do contrário, teriam que matá-lo.
Essa estúpida, covarde e racista ação foi motivada pelo fato do rapaz tentar furtar quatro barras de chocolate do estabelecimento. Ele contou ainda que não foi à delegacia de imediato porque foi ameaçado pelos torturadores.
O gerente do supermercado disse que os homens responsáveis pela sessão de tortura foram afastados. Um inquérito foi instaurado pelo delegado Pedro Luiz de Sousa, do 80º Distrito Policial, na Vila Joaniza, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
“São atos bárbaros e cruéis de tortura”, afirmou Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), que está acompanhando a investigação.
“Existem indícios contundentes de crime de tortura praticado pelos seguranças. A tortura ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A Lei 9455 de 1997, prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados”, afirmou Ariel.