SP: Moradores incendeiam ônibus e resistem por horas após polícia assassinar jovem

Na cidade de Guarulhos, moradores da favela da Treze incendiaram um ônibus em rechaço ao assassinato do jovem Alan Santos, morto por agentes da Polícia Militar (PM) no dia 7 de maio, um domingo.
Ônibus é incendiado em Guarulhos em protesto a assassinato de morador pela polícia. Foto: Reprodução
Ônibus é incendiado em Guarulhos em protesto a assassinato de morador pela polícia. Foto: Reprodução

SP: Moradores incendeiam ônibus e resistem por horas após polícia assassinar jovem

Na cidade de Guarulhos, moradores da favela da Treze incendiaram um ônibus em rechaço ao assassinato do jovem Alan Santos, morto por agentes da Polícia Militar (PM) no dia 7 de maio, um domingo.
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Na cidade de Guarulhos, moradores da favela da Treze incendiaram um ônibus em rechaço ao assassinato do jovem Alan Santos, morto por agentes da Polícia Militar (PM) no dia 7 de maio, um domingo. Os moradores relatam que a PM já chegou atirando contra uma festa de pagode que acontecia na comunidade, na região da Vila Flórida. Os moradores, revoltados com a operação policial, resistiram durante toda a madrugada contra a polícia, que os alvejou com balas de borracha e cercou a favela.

Os moradores da Treze denunciam que, em um momento de lazer, a PM chegou atirando contra os moradores, que se encontravam em uma festa no domingo às 20h apenas porque o som “estaria alto”. A invasão da favela pela PM fez com que os moradores saíssem correndo, momento no qual atiraram em Alan dos Santos pelas costas. A idade do jovem não foi divulgada.

Depois do assassinato de Alan, a PM iniciou uma campanha de terror contra as massas da favela, e os policiais cercaram as entradas e saídas para a comunidade, enquanto atiravam balas de borracha contra o povo. Revoltados contra a ação covarde, mais de uma dezena de moradores foram até a Avenida Tiradentes e iniciaram uma manifestação. Durante o ato de protesto, moradores montaram uma barricada em chamas e incendiaram um ônibus. 

Assassinatos policiais aumentam em São Paulo

No primeiro bimestre deste ano, o número de assassinatos policiais aumentaram significativamente no estado de São Paulo, sob o governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nos meses de janeiro e fevereiro, houve um aumento de 19% e 27%, respectivamente, nos assassinatos realizados por policiais em comparação com 2022, totalizando um aumento de 25%.

Essas mortes, entretanto, não ocorrem em bairros ricos, evidentemente. Pesquisas realizadas desde o ano de 2014 na capital, São Paulo, revelam que os assassinatos policiais ocorreram em sua maioria (chegando a 90%) nas zonas leste e sul, as que concentram a maioria das massas trabalhadoras e profundas da cidade. Além disso, as cidades onde há mais pobreza também são as que mais concentram os assassinatos policiais. No ano de 2018, Guarulhos esteve em segundo lugar entre as cidades com mais assassinatos pela polícia, perdendo apenas para Santos. O padrão para da violência policial identificado da capital do estado de SP pode-se verificar em outras cidades brasileiras.

Povo se rebela contra execuções policiais por todo Brasil

Na noite do dia 17 de abril, em Teresina (PI), massas da Vila Mocambinho se rebelaram após o assassinato de dois trabalhadores pela Polícia Militar (PM) e incendiaram cinco ônibus na zona norte e zona leste da cidade. 

Após a ação de revolta das massas, a PM promoveu uma grande operação punitiva contra as favelas da região, prendendo dezenas de moradores arbitrariamente.

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