Moradores fecharam duas vias em protesto contra uma ação de omissão de socorro praticada pela Polícia Militar (PM) em Osasco, na região metropolitana. Os manifestantes revoltados com a truculência e descaso por parte dos policiais fecharam a via Rodoanel e a avenida Benedito Alves Turíbio.
A causa do protesto foi o fato de a PM de São Paulo ter demorado 1h30 para prestar socorro a dois homens baleados por um policial de folga no dia 23 de fevereiro, no bairro Padroeira. Os dois homens morreram.
Policiais militares dispararam bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha para reprimir a multidão indignada com a omissão de socorro praticada pelos militares. Os policiais ainda agrediram as pessoas que filmaram o crime cometido pelos policiais.
Na ação, que ocorreu na avenida Benedito Alves Turíbio, os dois homens identificados até o momento com Ruan e “NI” ficaram agonizando no chão a espera de socorro após serem baleados. Moradores da região, ao presenciarem a cena, se revoltaram e cobraram para que os PMs prestassem socorro aos jovens.
Outra grave denúncia feita por testemunhas é a de que os homens estariam com uma arma de brinquedo, o que desmente a versão da Polícia de “troca de tiros”.
“Não teve nenhuma troca de tiros, eles mentiram! O policial atirou neles, saiu do carro e deu mais tiro quando estava perto, coisa de um metro, no máximo dois”, revelou uma testemunha ao portal Ponte Jornalismo.
Para o advogado Ariel de Castro, conselheiro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe).
“Os policiais podem responder por omissão de socorro e por esse crime previsto na lei de abuso de autoridade”, definiu Castro. “Ao invés de socorrer, aparentemente estavam pretendendo exibir uma suposta ‘ação bem sucedida’ ao público. E matar virou sinônimo de ‘ação bem sucedida’ na visão de muitos policiais”.
Policiais deixaram os dois homens agonizando no chão. Eram dezenas de viaturas e e nenhuma ambulância. Foto Arthur Stabile.
Adolescente exibe ferimentos causados por estilhaços das bombas disparadas pelos PMs. Foto: Arthur Stabile.