Operários da Avibras bloquearam, no dia 26 de abril, a Rodovia dos Tamoios durante um protesto contra o atraso de seis meses no pagamento de seus salários. Eles iniciaram a marcha no km 12, e seguiram cerca de 2km até a porta da fábrica, em Jacareí, onde fizeram uma barricada em chamas. Em virtude dos atrasos, que afetam mais de 1,4 mil operários, a greve se estende desde setembro do ano passado.
Os operários denunciam que, mesmo tendo enorme especialização, estão sendo obrigados a recorrer a trabalhos informais devido à falta de salários. A Avibras produz material bélico e aeronáutico, como aeronaves, foguetes e mísseis, e vende seus produtos principalmente para o Exército reacionário brasileiro.
Para compensar endividamento, empresa aumenta exploração dos operários
O proprietário João Brasil Carvalho Leite alega não pagar os salários por endividamento da empresa. Enquanto isso, os diretores protegem seus próprios interesses e atacam os direitos dos trabalhadores: negociam a venda da empresa para grupos da Alemanha e dos Emirados Árabes Unidos e promovem demissões em massa. No ano passado, mais de 420 operários foram demitidos sem qualquer aviso prévio e, apenas após dura luta dos trabalhadores com greves, a empresa reverteu a decisão.
Não é exceção, mas regra, que quando grandes empresas se encontram endividadas, recebem grandes incentivos e recuperações judiciais do velho Estado brasileiro, ou sejam vendidas para monopólios estrangeiros que impõem piora nas relações de trabalho. Nos dois casos, as diretorias ou têm suas dívidas perdoadas e podem continuar a superexplorar os operários como antes, mantendo-os sob o trauma constante de perderem seus empregos, ou recebem exorbitantes valores na venda da empresa, de acordo com suas ações na empresa. Por sua vez, nos dois casos, os trabalhadores são submetidos a demissões em massa e retirada insuportável de direitos, trabalhando cada vez mais por menores salários.