SP: Operários de fábrica da GM entram em greve contra demissões em massa

Cerca de 11 mil trabalhadores deflagraram greve em São Paulo após a demissão de 200 trabalhadores foram demitidos. Até agora, 1,1 operários já foram demitidos em menos de uma semana.
Mais de 11 mil operários deflagraram greve. Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

SP: Operários de fábrica da GM entram em greve contra demissões em massa

Cerca de 11 mil trabalhadores deflagraram greve em São Paulo após a demissão de 200 trabalhadores foram demitidos. Até agora, 1,1 operários já foram demitidos em menos de uma semana.

No dia 23 de outubro, todos os operários das fábricas da General Motors, localizadas nas cidades de São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes e São José dos Campos, entraram em greve após receberem, no dia 21/10 telegramas e e-mails comunicando demissões em massa. Somente no dia 21/10, 200 trabalhadores foram demitidos. Alguns e-mails chegavam a oferecer “benefícios” para outros trabalhadores que se demitissem. Novas demissões foram feitas após a greve. Ao todo, 1,1 mil operários perderam os empregos.

A política covarde de demissão em massa, que atingiu fábricas de São Caetano do Sul (300 demitidos), São José dos Campos (800 demitidos) e Mogi das Cruzes (100 demitidos) foi rechaçada imediatamente pelos operários. A greve deflagrada no dia 23/10 atingiu hoje seu quarto dia, com mobilização constante de 11 mil operários. Um protesto realizado no dia 26/10 concentrou cerca de 1,2 mil operários em São José dos Campos, onde os operários exigiram o cancelamento imediato das demissões e o cumprimento do acordo de estabilidade no emprego quebrado pela montadora.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, até mesmo mulheres gestantes foram demitidas. Outros operários relatam que possuem familiares doentes para sustentar, mas não sabem como farão sem o trabalho. Ao todo, cerca de 12 mil operários trabalham na região do ABC Paulista e em São José dos Campos.

Greve aprovada em assembleia

Conforme aprovado em assembleia realizada no último dia 23/10, todas as unidades da GM e todos operários estão paralisados, até que seja revertida as demissões e que a montadora cumpra o contrato de “layoff” (demissão) realizado com o sindicato de estabilidade empregatícia até maio de 2024. Os operários apontam ainda que com a mobilização pretendem estender as reivindicações para redução de jornada de trabalho e aumento salarial.

Após a mobilização massiva e combativa, o Tribunal Regional do Trabalho resolveu realizar no dia 27/10, uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com a montadora e os grevistas em Campinas. Em São Paulo será realizada uma “mediação coletiva” com o Ministério do Trabalho e os grevistas. O AND seguirá acompanhando de perto os desdobramentos da mobilização.

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