A Polícia Militar (PM) de São Paulo do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) está sendo acusada de assassinar um motociclista durante o seu trabalho e pelo aumento da violência policial contra os trabalhadores. Vídeos recentemente divulgados nas primeiras semanas de abril revelaram imagens de policiais espancando e disparando covardemente contra os trabalhadores. Nos últimos meses, o número de assassinatos cometidos por policiais dispararam na cidade de SP.
No dia 07/04, um motociclista foi assassinado após ser alvejado por Guardas Municipais durante uma “perseguição”. Outras filmagens divulgadas no dia 14/04 mostram PM’s espancando cerca de seis pessoas, entre elas cinco motociclistas, com cassetetes na madrugada do dia 26 de março.
As imagens vêm a público no momento em que aumentam os assassinatos cometidos por policiais civis e militares no estado. Nos meses de janeiro e fevereiro, houve um aumento de 19% e 27%, respectivamente, nos assassinatos realizados por policiais em comparação com 2022. Totalizando um aumento de 25% no primeiro bimestre de 2023.
Motociclista é assassinado por guardas municipais
No dia 07/04, um motociclista foi assassinado por dois guardas municipais após já estar rendido, na Rodovia Régis Bittencourt, entre Taboão da Serra e Embu.
Em vídeo capturado por um transeunte é possível ver que o trabalhador já se encontrava imobilizado e, mesmo assim, um dos guardas o alveja com dois tiros. O transeunte então grita por ajuda, e os policiais fazem sinal para que ele pare de filmar.
Segundo declaração da prefeitura de Taboão da Serra, o motorista teria sido supostamente visto realizando um furto. Entretanto, nada foi comprovado e o caso está sendo denunciado como um crime da PM de SP.
Policiais espancam motociclistas em bairro popular
No dia 26/03, um vídeo gravado por câmeras de segurança mostram espancamentos indiscriminados contra motociclistas e transeuntes por policiais militares no bairro Capão Redondo, na zona sul de São Paulo. O bairro conta com cerca de 58 favelas.
Nas imagens, é possível ver um morador passando pela calçada e sendo atingido com um soco por um dos policiais que estava em uma viatura estacionada no meio da rua. O morador cai, um outro PM chega e os dois passam a agredi-lo com socos, chutes e pisões. Um dos PM vai até o carro e volta com o cassetete, que também é usado para seguir com as agressões.
Um minuto depois, os policiais agridem outros três motociclistas. Os policiais vêem a chegada dos motociclistas, entram na viatura para pegar um pedaço de madeira e derrubam os trabalhadores com madeiradas. As agressões só param quando o garupa desce da moto e se coloca na frente dos policiais.
A PM não emitiu qualquer declaração sobre os espancamentos indiscriminados contra os trabalhadores.
Aumento da violência policial é prevenção à levante das massas
A repressão contra o povo em São Paulo aumenta na mesma medida em que cresce o custo de vida no município mais populoso do Brasil. Em fevereiro de 2023, a cesta básica da cidade de São Paulo foi a mais cara entre as 17 cidades, custando R$ 779,38. Na comparação com fevereiro de 2022, a cesta aumentou 8,91%.
Dados de 2022 também revelam que houve um aumento de 30% no número de famílias vivendo na miséria na capital do estado, em comparação ao ano de 2021. São cerca de 620 mil famílias, quase 2 milhões de pessoas, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.
Diante dos níveis crescentes de pauperização das massas no Brasil, o velho Estado prossegue no aprofundamento da repressão, do cerco e controle social contra o povo. As PM’s em cada estado, tomam parte na guerra civil reacionária contra as massas para prevenir que elas se rebelem contra a exploração e opressão a que estão submetidas.
Povo rechaça a violência policial
As massas de Paraisópolis rechaçaram, no dia 03/04, viaturas da PM que rondavam a favela após terem cometido uma série de crimes contra o povo. Dezenas de mulheres e crianças gritaram Lixo! e Bandidos! para os policiais que haviam acabado de atropelar duas crianças e balear outras cinco pessoas, entre eles uma mulher e um idoso. O caso ocorreu durante uma suposta perseguição na comunidade.
O rechaço dos moradores de Paraisópolis à repressão policial se soma à revolta das massas em todas as favelas do país. Em março deste ano, no Rio de Janeiro, moradores da favela Kelson incendiaram uma base da PM na comunidade após o assassinato covarde de um jovem estudante.