No fim da tarde do dia 15 de março, dois policiais militares executaram o jovem Lucas Almeida de Lima, de 26 anos, em uma abordagem. O caso aconteceu na Av. Petrobras, Barueri, na Grande São Paulo, e foi registrado pelos motoristas que passavam no local.
Lucas estava ajudando seu amigo Michael a consertar seu carro na beira da avenida e correu quando viu os PMs se aproximando para realizar a abordagem que questionaram a posse do carro. Os agentes desferiram socos e joelhadas ante a resistência do jovem, que se debatia como quem lutava pela própria vida, até que um deles apontou sua pistola e disparou 3 vezes.
Mesmo levado a atendimento médico, Lucas não resistiu. Sua mãe, Edileusa, auxiliar de limpeza, explicou ao monopólio de imprensa Globo que o rapaz já foi abordado pela polícia em outra ocasião, ao fim da qual recebeu a ordem de sair andando sem olhar para trás, o que justifica seu pavor da Polícia Militar. A execução do jovem trabalhador confirmou seu próprio medo.
A Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) condenou o assassinato e a “justificativa da PM”. “Os criminosos de farda disseram que Lucas teve uma “atitude suspeita” durante a abordagem. Qual foi a atitude suspeita? Ser jovem, preto e trabalhador? Reforçamos aqui o que escrevemos sobre esse tipo de abordagem na nota sobre o assassinato covarde da jovem Victoria dos Santos: ‘Nós como jovens do povo, sabemos muito bem que quando se iniciam essas abordagens policiais na favela, não se sabe onde se vai parar. Toda a humilhação e violência empregada, onde você pode morrer a qualquer momento independente do que faça, é a prova continuada que tudo que se diz de “estado democrático de direito”, não passa de palavras ao vento a depender da sua classe social e a sua cor. A mesma polícia que abaixa a cabeça e falta pedir perdão nas suas abordagens nos bairros ricos, e diz claramente que a abordagem tem que ser diferente nesses locais, é a mesma que primeiro atira pra depois pergunta nos bairros pobres.'”, diz a organização.
“Casos como esse tem sido cada vez mais frequentes nas periferias das cidades de todo o país. Esse tipo de crime pelas forças de repressão do velho Estado, serve para criar um ambiente frequente de tensão, buscando intimidar o povo pobre para que esse saiba que a polícia não pensará duas vezes em cometer crimes se necessário, caso ele se levante em rebelião. O Estado Democrático de Direito que muita gente enche o peito para defender, não existe para a imensa maioria do nosso povo. O monopólio de imprensa que se coloca como “bastião” da defesa da democracia, colocam esses casos em notas de rodapé e sempre voltam com a mesma ladainha de “caso isolado”. Como já temos reforçado em nossos posicionamentos, no que realmente diz respeito a vida do povo convergem completamente com as mesmas posições da extrema-direita e dos fascistas. Essa é a Polícia Militar do fascistoide Tarcísio de Freitas, vendido como “moderado” por essa gente.”, continua a UV-LJR, em nota que pode ser lida na íntegra aqui.
Outras 107 execuções da PM desde o começo deste ano. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a instituição é “legalista” e que não compactua com “desvios de conduta”, logo o órgão presidido por Guilherme Derrite, que defende a brutalidade policial como norma de atuação.