No dia 30 de maio, agentes da Polícia Militar (PM) espancaram uma família trabalhadora, incluindo uma idosa de 70 anos com um soco no rosto, em Igaratá, no bairro Água Branca, interior de São Paulo (SP). Os policiais haviam sido acionados pela própria idosa que agrediram, devido a uma briga entre vizinhos.
Imagens gravadas pela família de Vilma, a idosa agredida, revelam os policiais dando socos e chutes nos filhos da idosa, que já estavam imobilizados e algemados. Para tentar impedir as agressões dos PM’s, a senhora de 70 anos dá um tapa no policial Kleber Freitas, que a acerta com um soco no rosto e a derruba no chão.
O policial ainda saca a arma para ameaçar a família, mas desiste devido à gravação das covardias. O vídeo também mostra outro PM, Thiago Alves de Souza, chutando o filho de Vilma, que estava algemado no chão.
Questionado pela família sobre a agressão à idosa, o PM respondeu: “A senhora me agrediu primeiro”. A família ainda relata que Vilma é deficiente auditiva.
PM paulista espanca idosos, camelôs e assassina nas favelas
Os primeiros meses do ano de 2023 demonstram um grave aumento da repressão policial contra o povo no estado de São Paulo. Segundo o portal Ponte Jornalismo, a Polícia Civil e PM do estado de São Paulo mataram uma pessoa por dia ao longo dos quatro primeiros meses do governo do reacionário bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foram 151 assassinatos por agentes do velho Estado contabilizados entre janeiro e abril deste ano, o que representou um aumento de 8,6% em comparação ao primeiro quadrimestre do ano passado, quando as duas polícias mataram 139 pessoas.
Esses crimes ocorrem todos em bairros pobres e contra trabalhadores, como demonstram as denúncias realizadas por AND. Em maio, na cidade de Guarulhos, moradores da favela da Treze incendiaram um ônibus em rechaço ao assassinato do jovem Alan Santos, morto por agentes da PM em uma festa da comunidade. Em abril, filmagens divulgadas mostram PM’s espancando seis pessoas na madrugada em um bairro popular de SP. No mesmo mês, mulheres e crianças de Paraisópolis também rechaçaram a PM gritando “Lixo!” e “Bandidos!” após agentes terem atropelado duas crianças e baleado outras cinco pessoas na comunidade. Mais recentemente, nos dias 10 e 13/05, camelôs do Brás e do Grajaú enfrentaram a repressão da PM, que os atacou com cassetetes e bombas de gás na tentativa de criminalizar seu trabalho. Nos enfrentamentos, cinco ônibus foram atacados pelos trabalhadores revoltados e um policial ficou ferido durante.
As desculpas da reação
O governo reacionário de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e suas forças de repressão contra o povo se utilizam da desculpa de coibir os “crimes contra o patrimônio” para justificar o genocídio contra as massas nas favelas.
Semelhantes desculpas são utilizadas por outros governos estaduais, como no Rio de Janeiro, que põe a culpa no “combate ao crime organizado” e justifica as chacinas cometidas contra o povo. Desta forma, as favelas tornam-se territórios ocupados com seus moradores tratados como inimigos do velho Estado.