No domingo, 13, moradores da Zona Sul de São Paulo trancaram vias em diferentes bairros exigindo da ENEL a restauração do fornecimento de energia elétrica, que caiu após uma tempestade na sexta-feira. O problema inicialmente afetou o total de 1,2 milhão de pessoas, e, 2 dias depois, 900 mil continuam sem energia.
No Bororé, próximo à divisa com o município de São Bernardo do Campo, moradores trancaram o Rodoanel Mário Covas. A Polícia Militar foi ao local reprimir a manifestação e jogar água em suas barricadas flamejantes enquanto diversos caminhões de manutenção da ENEL permanecem parados nos pátios.
Na altura da Vila Marcelo, a Estrada de Parelheiros ficou completamente trancada com galhos em chamas, e, depois de acionar o Batalhão de Choque, o subprefeito de Parelheiros foi obrigado a comparecer e dar satisfações aos trabalhadores, que também trouxeram o problema no fornecimento de água.
Sem eletricidade, as bombas que concentram água nas estações elevatórias, aquelas caixas d’água enormes, não conseguem operar. A SaBESP, que tem uma parte significativa de seu capital nas mãos da Equatorial Energia como resultado de uma política privatista autoritária do governador Tarcísio de Freitas, pediu racionamento às massas populares ao passo que as grandes fábricas mantêm seu lucro se reproduzindo normalmente.
Pelos números divulgados até domingo, o município de São Paulo sozinho tem meio milhão de pessoas sem energia ainda e Taboão da Serra, Cotia, e São Bernardo do Campo têm 50 mil afetados pelo menos cada um, sem contar as demais cidades. A ENEL, de capital italiano, primeiro disse que conseguiria restabelecer a eletricidade apenas na segunda-feira e depois lamentou que precisaria reconstruir grande parte da infraestrutura, o que não devia ser uma tarefa tão difícil para a empresa é uma das 100 de maior receita no mundo, com um faturamento anual de 60 bilhões de euros ou uns 350 bilhões de reais.