Na madrugada do dia 14 de julho, cerca de 100 moradores de comunidade se rebelaram contra o assassinato de um operário por um Policial Militar (PM) com um tiro na cabeça, horas antes. As massas incendiaram barricadas na rodovia Fernão Dias (SP) e confrontaram a repressão policial durante horas. O assassinato ocorre em meio ao aumento de 15% em assassinatos policiais em SP em comparação ao ano passado.
O assassinato do operário Alberes Fernandes de Lima (34), trabalhador da Companhia de Engenharia de Trafego (CET), ocorreu enquanto este pendurava uma faixa de trânsito na rodovia, que voou na moto em que estava o policial por contra dos fortes ventos. O policial caiu da moto e, quando se levantou, assassinou o operário com um tiro na cabeça.
Os moradores da comunidade em que morava o operário, próxima do local onde ocorreu o crime contra o povo, se rebelaram contra o assassinato e bloquearam a rodovia. Dezenas de policiais foram enviados para conter com bombas e agressões o protesto e enfrentaram dura resistência popular.
Guerra contra o povo
O assassinato do operário se dá no contexto do aumento, a cada mês, de assassinatos policiais no estado de São Paulo. No primeiro semestre, houve uma alta de 15% de assassinatos por policiais em serviço em comparação à 2022, que ceifou a vida de 145 pessoas, assim como 46 assassinatos por policiais fora de serviço.
A morte do operário não é, portanto, mero acaso. É reflexo do incentivo diário de genocídio contra os pobres nas polícias, praticado principalmente nas favelas através das operações policiais, que a cada dia realizam chacinas maiores.
Isso não ocorre apenas em São Paulo: de norte a sul, estados como Amapá, Rio de Janeiro, Paraná, Sergipe e Rio Grande do Sul têm demonstrado o mesmo aumento na letalidade policial. É parte do recrudescimento da guerra contra o povo, que se agrava na mesma medida que a crise econômica e política no país, como forma de controle e cerco das massas empobrecidas.
O genocídio sistemático contra o povo continuará tanto quanto perdurar o velho Estado brasileiro, constituído e edificado sobre a repressão sangrenta das massas para que se sustente o velho sistema de exploração e opressão.