Cerca de 1.379 presos fugiram de quatro unidades prisionais do estado de São Paulo durante rebeliões, no dia 16 de março. As rebeliões dos internos ocorreram após a Corregedoria-Geral da Justiça suspender a saída temporária dos presos em regime semiaberto. A saída estava prevista para ocorrer no dia 17/03.
Cerca de 400 detentos fugiram de uma unidade prisional em Mongaguá, na Baixada Santista, no dia 16/03. Houve ainda rebeliões em mais quatro presídios do interior de São Paulo: Tremembé, Mirandópolis, Porto Feliz e Sumaré.
Em Mongaguá, 400 presos fugiram do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Rubens Aleixo Sendin, no litoral de São Paulo. Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver centenas de presos correndo. O CPP é de regime semiaberto, e os presos rebelaram-se após cancelamento da saída. O complexo, que tem capacidade para 1.640 presos, estava com 2.796, um total de 1.156 presos a mais do que a capacidade, segundo o site da própria Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Parentes dos presos disseram à reportagem que não há água, que a comida está estragada e que há percevejos no local. Os detentos reclamam da superlotação.
Em Tremembé, detentos iniciaram no fim do dia 16 uma rebelião no presidio, Dr. Edgar Magalhães Noronha (Pemano) e houve fuga dos internos, receosos com a pandemia. Atualmente o Pemano, como é conhecido, tem capacidade para 2.672 detentos e a população carcerária no local é de 3.006 presos.
Em Mirandópolis, interior paulista, houve também rebelião de detentos do regime semiaberto. A SAP informou que 16 reeducandos participavam da ação e atearam fogo em seus pertences. Nove detentos ficaram feridos durante a rebelião. Os presos queimaram colchões durante a rebelião.
Em Porto Feliz, também no interior, 361 presos fugiram do CPP durante a rebelião e foram recapturados. Durante a fuga os detentos colocaram fogo em um canavial próximo da unidade prisional. Outros incendiaram colchões. Houve relato de tiros e bombas usados pelas forças de repressão do velho Estado. O CPP de Porto Feliz, abriga 1.825 detentos em regime semiaberto. Na unidade prisional de Sumaré, também no interior, de acordo com a pasta, teve também rebelião e fuga.
Todos os internos participaram das rebeliões das unidades em Mongaguá, Porto Feliz, Tremembé, Mirandópolis e Sumaré são do regime semiaberto e viviam em condições desumanas e de superlotação.
Vídeo mostra presos fugindo pela porta da frente do presídio de Mongaguá. Foto: Redes sociais