Estudantes da USP/Ribeirão Preto realizam manifestação exigindo abertura de concursos públicos para professor e reitor foge. Foto: ExNEPe
A ocupação da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, segue há mais de uma semana, desde o dia 17 de outubro, mobilizando centenas de estudantes para a luta em defesa da educação pública, gratuita e que sirva ao povo. Em cobrança ao reitor da USP (Carlos Gilberto Carlotti Júnior), os estudantes fizeram uma manifestação exigindo um posicionamento perante as pautas. O reitor, que desde o início da ocupação tem ignorado as reivindicações da Ocupação, fugiu em um carro da guarda universitária quase atropelando dois alunos.
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A luta está sendo encabeçada pelos estudantes de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), que ocupam o bloco 16 do campus, e têm contado com o apoio com os estudantes de Filosofia, Psicologia, Biologia, e Nutrição, que também participam da ocupação e promovem atividades conjuntas. Os estudantes ocuparam a universidade exigindo abertura imediata de concursos para a contratação de professores, uma vez que os cursos de Pedagogia, Biblioteconomia e Ciência da Informação correm o risco de fechar por falta de professores.
A ocupação ocorreu após o chamado da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) pela Greve de Ocupação como maneira de elevar a luta estudantil contra os cortes e em defesa da educação pública e um dia antes do dia nacional de mobilizações estudantis por todo o país.
Reitor foge dos alunos e não atende às demandas
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No terceiro dia da ocupação, em 19/10, foi encaminhado ao reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior e à direção da universidade um ofício com as reivindicações dos estudantes, que não obteve resposta. O reitor sequer havia se pronunciado sobre a ocupação dos estudantes contra o fechamento dos cursos.
Já no dia 21/10, sabendo que o reitor estaria no campus de Ribeirão Preto para participar da posse do novo diretor da Escola de Enfermagem, os alunos que ocupavam o bloco 16 organizaram uma manifestação para exigir respostas do reitor. Os discentes fecharam todas as entradas e saídas da universidade e seguiram entoando palavras de ordem combativas. O reitor, além de ignorar mais uma vez os estudantes, saiu correndo pelo portão do salão de festas. Diante da fuga covarde, ele teve seu carro cercado e bloqueado pelos estudantes, recorrendo, então, ao carro da guarda universitária, que arrancou com tamanha rapidez que quase atropelou dois estudantes.
Os estudantes declararam, sobre o ocorrido, no portal da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe): “Exemplo de que organizados os estudantes impõem medo a toda burocracia universitária e aos privatistas. Eles que fujam, pois nós não recuaremos nem um passo!”.
Sobre a completa omissão e negligẽncia do reitor, os estudantes em luta afirmam: “O reitor não respondeu o ofício dos estudantes ignorando o pedido, demonstrando zero preocupação com o fechamento dos cursos. Isso só evidencia a não preocupação com a Universidade Pública, gratuita e democrática, um reitor que permite o fechamento dos cursos tem que ser denunciado e tem que sair! Por exemplo, a luta dos estudantes da UNIR em Rondônia que ocupou a reitoria e derrubou o reitor.”
O Centro Estudantil da Pedagogia (CEPed) chapa Pedagoginga, que organiza a ocupação, afirmou, ainda, que a manifestação na Escola de Enfermagem gerou uma grande solidariedade dos estudantes e do Centro Acadêmico (CA) da enfermagem, que prontamente se colocaram a apoiar a ocupação.
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Ocupação segue com grande mobilização e organização dos estudantes
Estudantes que ocupam o bloco 16 da USP/Ribeirão Preto protestam durante presença do professor responsável pelo conselho da graduação. Foto: ExNEPe
A mobilização tem expressado exemplar nível de organização e tem conquistado cada vez mais apoio para a Ocupação. Os estudantes seguem realizando assembleias, definindo os rumos do dia, as tarefas da luta e a aplicação das pautas discutidas pelo conjunto dos participantes. Após a assembleia, são definidos o cronograma do dia e suas atividades.
No terceiro dia, o curso de biologia, que contava com aulas no bloco 16, teve suas aulas realocadas de prédio pela burocracia universitária como tentativa de desmobilizar a greve de ocupação. Prontamente, os estudantes da biologia se mobilizaram e organizaram um boicote às aulas e elegeram um representante da ocupação para ir às aulas desmistificar as mentiras que estão sendo promovidas contra a ocupação.
Na parte da tarde, os estudantes receberam a presença do professor responsável pelo conselho da graduação, que realizou ameaças e chantagens, as quais foram respondidas com a denúncia dos estudantes, que seguiram organizados.
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