por Túlio Azevedo
No dia 1º de Maio, em meio a concentração de milhares de pessoas na Praça da República, uma verdadeira multidão impediu que os fiscais da prefeitura e da Guarda Civil Metropolitana confiscassem mercadorias de vendedores ambulantes. Os trabalhadores aproveitavam a aglomeração do povo para ganhar seu pão vendendo lanches na comemoração do dia do trabalhador.
Notando que os fiscais e os policiais tentavam levar as mercadorias de um grupo, a massa em fúria partiu para cima dos fiscais e da guarda civil, arremessando paus e garrafas.
“Deixa os cara trabalhar, que amanhã pode ser você!” gritava um dos vendedores, enquanto partia para cima dos policiais. Do meio das massas era possível escutar “tem que quebrar esses caras!”.
Nem mesmo o gás de pimenta e a decadente intervenção de pelegos da CUT, que tentaram conter o enfrentamento e evitar que a rebeldia das massas contra as forças do Estado desse outro caráter ao seu showmício água com açúcar, foram capazes conter o povo, que expulsou os fiscais e a polícia do centro da praça aos gritos de “o povo unido, jamais será vencido!”.
A notícia do confronto correu de boca em boca no centro da cidade, e até ambulantes que não estavam no local na hora do confronto comemoraram “É uma pena que eu não estava aqui, queria mesmo é dar uma lição nesses fiscais e nos guardas que roubam nossas mercadorias”, afirmou ao AND um vendedor ambulante que preferiu não se identificar.