SP: Vitoriosa brigada no 1º de Maio denuncia violência do velho Estado

SP: Vitoriosa brigada no 1º de Maio denuncia violência do velho Estado

por Túlio Azevedo

Na tarde do 1º de Maio, em meio às celebrações na Praça da Sé e da República, apoiadores e integrantes do Comitê de apoio ao jornal A Nova Democracia reuniram-se para a realização de brigada de venda, distribuição, e divulgação das lutas do povo e da imprensa democrática revolucionária.

Muito bem recebidos pela massa, os ativistas do jornal puderam conversar com operários, aposentados, professores, estudantes, e donas de casa. Havia bastante gente que conhecia o jornal, e muitos dos que não conheciam a imprensa independente e democrática puderam conhecê-la e contribuir com ela. Ali mesmo, podia se ver, sentados em muretas, em banquinhos improvisados, ou mesmo de pé, trabalhadores que devoraram as páginas e páginas da edição 208, que denuncia o golpe militar em curso. Foram vendidos e distribuídos dezenas de jornais, e ao final do dia, o balanço dos ativistas foi de que a imprensa democrática avança em meio ao povo, que cada vez mais reconhece que a melhor maneira de se informar e politizar é pela leitura das páginas do jornal A Nova Democracia.

Trabalhador é abordado pela polícia, que se intimida com a presença da imprensa democrática e do povo

No início da tarde, durante as comemorações do 1º de maio, na preparação da vitoriosa brigada, os integrantes do Comitê de apoio do AND em São Paulo registraram abordagem policial contra trabalhador, que ocorria à luz do dia, no centro da cidade. Mais um exemplo, como tantos cotidianos dos ataques do velho Estado aos direitos do povo, o desfecho, no entanto, foi distinto, devido à presença da imprensa popular e da ação ativa dos que passavam.

Os apoiadores do jornal se deslocavam para a realizar a brigada de venda e divulgação do AND, na Praça da República, onde ocorria massiva concentração de trabalhadores, quando, ao cruzarem o calçadão da rua 24 de Maio, notaram que policiais que faziam o patrulhamento da região, haviam saído da viatura, e, sem qualquer razão, rendiam um jovem negro, que era colocado contra a parede e de mãos na cabeça.

Os policiais militares, reprimiam o rapaz porque, segundo eles, ele teria “olhado feio para a viatura”, como depois esclareceu o jovem ao AND. Fernando, que é eletricista, havia cometido um “grave crime”: caminhava no centro da cidade em um feriado ensolarado na capital paulista, para tomar um ônibus e buscar a filha que o aguardava em Taboão da Serra.

Ao ser parado, foi questionado insistentemente, se os pertences que portava eram de fato seus. Cada um dos itens da carteira e o celular que carregava foram “inspecionados” por uma verdadeira força tarefa policial: uma viatura, dois soldados e um tenente, todos mobilizados para reprimir o “perigoso” trabalhador. Na cabeça dos gorilas de farda, só pode ser um crime um trabalhador poder andar tranquilamente no centro da cidade sem ser importunado pelo velho Estado.

Somente com a presença da imprensa democrática e de populares que passavam no momento e que gravavam a situação é que os cães de guarda do Estado mudaram o tratamento em relação a Fernando.

Aos sussurros, para o superior que ladrava desapercebido, um dos soldados intimidados com a presença do povo e da imprensa popular alertou rapidamente: “não aperta ele que estão filmando”. Em um piscar de olhos, os policiais acovardados voltaram para a viatura e foram embora. Fernando foi liberado e conversou com o AND: “É um absurdo! Isso no centro, durante o dia! Estou cansado dessas coisas, porque isso também sempre acontece comigo na periferia. Eles são uns covardes. Se vocês não estivessem filmando teria sido pior.”

E concluiu “É só olhar pra mim e saber porque eles fazem isso. É porque sou negro e trabalhador. Pro trabalhador é só violência, pros bandidos que estão aí é só carinho”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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