Publicamos abaixo o poema “subterrâneos da transformação”, enviado para a Redação de AND pelo leitor Iná.
Será que uma largarta
No processo de sua transformação
Sente seu corpo quente?
Febre da metamorfose
Sintoma de parto violento
Da mãe:
O adoecimento
Do que não pode mais viver dentro de nós
Parindo o novo
Como vulcões que emergem
Da agitação colossal
Da crosta terrestre
Potentes e brutais
Com ânsia de viver
E expelir
A angústia fervida
Que se gesta
Nos subterrâneos da vontade
Toda liberdade
Começa subterrânea
Seja repentina
Desorganizada
No seio do povo ardente
Seja clandestina
Organizada
Preparando forças pendentes
Seja
Na flor da pele
De pétala cutânea
Que desabrocha fervente
E irradia
Rios de magma
Pelo corpo
Em afluentes
Fervilhando em revolta
Pela vida
…
Nas ruas e seus palácios
Estradas e latifúndios
Queima
O medo contaminado
Plantado
Por parasitas imundos
O fogo da violência
Das classes oprimidas
E o calor das multidões
Aquecem
O corpo de uma nação
Febril para se transformar
A lagarta
Que contida
Lenta rasteja
Arranca sua camisa de força
E rompe seu casulo
Em rebelião pela vida
Para com asas
Alçar vôo
Com os novos ventos da revolução