Novamente as forças repressivas do Sudão atiraram contra manifestantes desarmados em protesto contra a junta militar que governa o país. O protesto, ocorrido em Cartum, no dia 30 de junho, contou com milhares de pessoas que exigiam a imediata saída dos militares.
Os protestos foram convocados pela Associação de Profissionais Sudaneses (APS) e são os maiores desde o dia 3 de junho, quando o Exército massacrou centenas de pessoas que acampavam em frente ao Palácio Presidencial.
As massas de manifestantes se concentraram em três bairros de Cartum: Bari, Arkaweit e Al Mamura. A polícia usou gás lacrimogêneo para reprimir os manifestantes que gritavam palavras de ordem como “Liberdade” e “Paz”. No Leste do país, na cidade de Gadaref, também houve protestos e repressão.
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Antes do protesto, na noite do dia 29, membros das Forças Especiais do Exército invadiram a sede da oposição e prenderam o porta-voz da APS. A junta militar ainda tem bloqueado a internet no país, pois é uma importante ferramenta de convocação para os protestos.
A junta militar que governa desde o dia 11 de abril, após a queda do ex-presidente Omar Al-Bashir, conta com o apoio da Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos. O golpe que a instaurou é resultado de uma aguda luta no seio das classes dominantes locais por decidir quais grupos de poder tomarão a hegemonia do aparelho de Estado.
Foto: Banco de dados/AND