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Pelo menos 100 pessoas foram mortas e outras centenas feridas pelas forças de repressão no dia 3 de junho, durante protestos contra a junta militar que governa o Sudão, país localizado na África. O protesto ocorreu próximo à sede do Ministério da Defesa, na capital Cartum, local em que os manifestantes estão acampados há cerca de um mês, exigindo a saída da junta.
O protesto, convocado pela Associação de Profissionais Sudaneses (APS), começou pacífico, no entanto, os manifestantes desarmados foram alvejados por disparos de armas de fogo efetuados pelas tropas repressivas. Além disso, o número de mortos pode ser ainda maior, pois há acusações por parte dos manifestantes que corpos de pessoas perseguidas e assassinadas pelo atual regime estão sendo atirados no Rio Nilo. Até agora, mais de 40 corpos foram encontrados no local.
Mesmo diante da brutal repressão que vêm sofrendo, nos dias 28 e 29 de maio, as massas do Sudão organizaram uma Greve Geral que, durante dois dias, paralisou 90% dos trabalhadores dos setores público e privado, incluindo transportes públicos, bancos, portos, hospitais e farmácias.
A junta militar, que conta com o apoio da Arábia Saudita, Egito e Emirados Arábes Unidos, governa desde o dia 11 de abril, após a queda do ex-presidente Omar Al-Bashir. Os generais, que empreenderam um golpe de Estado, informaram que “pretendem” realizar eleições dentro de nove meses. No entanto, os manifestantes exigem a imediata saída dos militares. Enquanto isso a repressão brutal continua, mesmo aos olhos da comunidade internacional.