Manifestantes disparam fogos de artifício contra as forças de repressão no dia 7 de agosto. Foto: Cory Wright
As massas de Bangkok, capital da Tailândia, empreenderam manifestações combativas nos dias 7 e 10 de agosto, em que marcharam, nos dois dias, cerca de mil pessoas para protestar contra a lenta vacinação do povo contra a Covid-19 pelo governo tailandês e contra o fechamento de pequenos negócios durante a crise do capitalismo burocrático, aprofundado pela pandemia. Os manifestantes praticaram sua autodefesa contra as agressões das forças de repressão e tentativas de dispersar os protestos e atacaram cabines policiais.
Apenas cerca de 6% da população da Tailândia, de mais de 66 milhões de habitantes, foi totalmente vacinada e a maior parte das cidades do país, incluindo Bangkok, se encontra em toque de recolher noturno. Reuniões de mais de cinco pessoas estão atualmente proibidas, principalmente para desmobilizar os protestos populares que ocorrem desde o ano passado, quando o povo se levantou contra a monarquia e o governo militar.
Diante disso, as mais de mil pessoas que protestavam no dia 10/08 foram reprimidas pela polícia de choque, que disparou canhões de água, balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Em resposta à tentativa de acabar com o protesto, manifestantes resistiram. Duas cabines de polícia foram incendiadas e alguns manifestantes atiraram fogos de artifício e bombas contra os policiais, que antes haviam lançado canhões de água, balas de borracha e gás lacrimogêneo contra a multidão.
Pelo menos seis policiais ficaram feridos durante os confrontos. Um policial foi baleado na perna e outros três foram atingidos por estilhaços de uma bomba caseira, segundos informações fornecidas pela polícia.
Além disso, os manifestantes jogaram sangue de porco na fachada da Sino-Thai Engineering and Construction – uma empresa que possui ligações com o ministro da Saúde Pública. Eles também atacaram a King Power, um monopólio isento de impostos que é conhecido por conta de seu apoio ao governo de turno.
Piya Tawichai, vice-comissário do Escritório de Polícia Metropolitana, disse aos monopólios de imprensa locais, logo após os confrontos daquele dia, que “os manifestantes usaram violência e várias armas, como pedras, tijolos, pontas de ferro afiadas, fogos de artifício, e bombas de pingue-pongue para agredir a polícia de forma gradual”.
Manifestantes fazem barricada de cones em Bangkok, no dia 10 de agosto de 2021. Foto: Soe Zeya Tun
Já no dia 07/08, cerca de cem policiais com equipamento antimotim isolaram uma estrada perto do Monumento da Vitória na capital Bangkok com contêineres e usaram canhões de água, gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir a marcha da manifestação multitudinária em direção à Casa do Governo, o gabinete do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha.
Dezenas de manifestantes foram vistos sendo carregados em motocicletas e ambulâncias. O Centro Médico de Emergência Erawan disse que pelo menos dois civis e três policiais ficaram feridos.
“Aom”, um manifestante de 23 anos, que deu seu primeiro nome apenas por medo de represálias, afirmou ao monopólio de imprensa Reuters: “Não temos empregos e renda, então não temos escolha a não ser protestar.”
Manifestantes se defendem da polícia com estilingues, em 7 agosto de 2021. Foto: Cory Wright