O Exército afegão pró-ianque, dirigido pelos capitulacionistas, sofreu grandes baixas durante um assalto realizado por combatentes da Resistência Nacional vinculados ao Talibã, na província de Kunduz. O ataque foi executado por uma unidade especial do Talibã e foi veiculado pela imprensa no dia 12 de julho.
Os talibãs lançaram seu ataque contra uma base militar e postos de controle de segurança no distrito de Dasht-i-Archu durante à noite.
“Uma base militar e 15 postos de controle inimigos foram invadidos, 72 títeres foram aniquilados e outros ficaram gravemente feridos, além da destruição de quatro tanques e quatro caminhonetes militares”, afirmaram.
A província de Kunduz é hoje o foco principal das operações talibãs há pelo menos quatro anos, sendo bastante disputada dada sua proximidade com a fronteira do Paquistão. A cidade de Kunduz, capital da província, já foi retomada pelos combatentes em 2015, ficando em seu controle por algumas semanas. Hoje, os combatentes têm sob seu controle um distrito e há feroz disputa em outros seis.
As unidades especiais dos talibãs, denominadas Unidades Vermelhas, têm atuado principalmente em assaltos a postos militares fortificados do Exército colonial dirigido pelos capitulacionistas, que colaboram e se submetem à ocupação do imperialismo ianque.
O distrito de Puli Mohmand de Dashti-Archi, próximo a Takhar, na província de Lunduz, também foi alvo da nova ofensiva do Talibã. O próprio governo capitulacionista reconheceu que mais de 32 soldados foram aniquilados e outros 20 foram feridos. Uma grande quantidade de armas e apetrechos foram capturados.
Os êxitos da Resistência Nacional têm se multiplicado. Tropas talibãs retomaram os territórios do condado de Khwaja Ghar, na fronteira com o Tajiquistão. Os condados vizinhos Dashti Kala, Yangi Kala e Dargad estão já sendo objeto de disputa entre os combatentes e os capitulacionistas.
Os avanços são incontíveis neste momento, apesar dos bombardeios realizados sistematicamente pelas forças invasoras, principalmente as Forças Armadas ianques.
Após tomar conhecimento da ofensiva da Resistência, soldados e militares das forças pró-imperialismo ianque abandonaram seus postos na fronteira com o Tajiquistão.
O regime títere sediado em Cabul, colaborador do imperialismo ianque, solicitou ao USA e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) socorro imediato para deter o avanço da Resistência Nacional.
Essa onda de ações armadas da Resistência Nacional é parte de uma grande campanha para debilitar ao máximo as forças colaboradoras com o invasor imperialista, denominada pelo Talibã como Operação “Al Khandaq Jihadi”. Em pelo menos 34 províncias do país há constantes operações militares dos combatentes. A Operação iniciou-se no dia 26 de abril deste ano e segue sendo aplicada com vigor.
17 anos de invasão e genocídio imperialistas
O Afeganistão segue sendo vítima de uma guerra de rapina, invasão e ocupação imperialistas comandadas pelo imperialismo ianque. O objetivo da guerra foi obter completo controle sobre as riquezas e a política do país, sendo obstaculizados pelo Talibã, que estava na cabeça do velho Estado afegão e não servia aos ianques do modo como demandava.
Ter maior controle e dominação sobre o Afeganistão faz parte do objetivo a longo prazo dos ianques, que é dominar países estratégicos no Oriente Médio, que lhe possibilite ter acesso às fronteiras russas e, no momento adequado, atacá-la e destruí-la, como parte da sua disputa interimperialista.
No intuito de desbaratar o regime talibã e aprofundar sua dominação e influência no país e na região, iniciou-se, em 2001 (após o episódio de 11 de setembro), a invasão e a subsequente ocupação.
Retirado da cabeça do velho Estado, o Talibã e outras forças então reacionárias, sobretudo de origem islâmica, passaram a resistir com luta armada contra o invasor, aglutinando em torno de si setores da nação dispostos a expulsar as tropas estrangeiras agressoras.
Apesar da falta de uma direção proletária, garantida por um Partido Comunista, a guerra de resistência tem alcançado vitórias e êxitos no objetivo de expulsar o invasor.
Forças Especiais do Talibã em preparação para a operação Al Khandaq Jihadi