Tanques ianques e alemães são enviados para a Ucrânia em meio à pugna interimperialista

Envio de tanques alemães e ianques provoca escalada na guerra e aumento das pugnas interimperialistas. Foto: Kent Nishimura/Los Angeles Time

Tanques ianques e alemães são enviados para a Ucrânia em meio à pugna interimperialista

A Alemanha e os Estados Unidos (USA) confirmaram no dia 25 de janeiro o envio de tanques para a Ucrânia. A confirmação ocorreu dias depois de duas reuniões de representantes imperialistas no país europeu. O imperialismo russo condenou o envio e afirmou que a decisão “leva o conflito a um novo nível de confronto”.

De acordo com o anúncio, a potência imperialista Alemanha enviará 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia. Já a superpotência hegemônica única, o imperialismo ianque, declarou que irá enviar 21 tanques M1 Abrams para o país europeu. Além disso, a declaração da Alemanha permite que outros países da Europa que possuem tanques de fabricação alemã também enviem seus veículos de guerra para a Ucrânia, como é o caso da Finlândia e da Polônia. 

O envio gerou réplicas diplomáticas por parte do imperialismo russo, superpotência atômica, que sinalizou por meio de declarações uma escalada nas tensões interimperialistas e na agressão contra o povo ucraniano. Sergei Nechayev, embaixador do país, afirmou que a decisão causou “danos irreparáveis ao estado já deplorável das relações russo-germânicas”. Já Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, acrescentou que “o povo ucraniano é quem vai pagar por todo esse pseudo-apoio”. 

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, por sua vez, expressou sua sujeição ao bastão de mando do imperialismo ianque ao expressar sua “gratidão sincera” pela decisão tomada. 

O anúncio se deu em um cenário de escalada da guerra de agressão em solo ucraniano. No dia 16/01, o Reino Unido havia afirmado que enviaria 14 tanques Challenger 2. Dois dias depois, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico (Otan) declarou que era necessário “um aumento significativo no suporte à Ucrânia”.

Frente a isso, se deu o encontro de Bóris Pistorius, ministro da Defesa alemão recém-empossado após a demissão de Christine Lambrecht (que, incapaz de apresentar um plano de desenvolvimento das forças armadas reacionárias alemães, foi questionada sobre sua capacidade) e de Lloyd Austin, secretário de Defesa do USA, no dia 19/01. Os dois representantes voltaram a se encontrar no dia seguinte, desta vez em uma reunião com delegados de outros 50 países na base aérea ianque localizada em Ramstein, na Alemanha. Sete dias depois, se concretizou a confirmação do envio dos novos tanques. 

INTEGRIDADE NACIONAL UCRANIANA É POSTA EM XEQUE

O imperialismo ianque e o imperialismo alemão, assim, avançam cada qual em seus respectivos planos para o continente europeu. O USA busca, com a ofensiva da guerra, consolidar sua hegemonia única ao estabelecer um cinturão antimísseis no Leste Europeu que bloqueie a capacidade nuclear da Rússia, bem como subjugar economicamente e politicamente a Ucrânia por meio da Otan. 

A Alemanha, por sua vez, como potência imperialista de segunda ordem, almeja consolidar a sua hegemonia dentro da União Europeia. Por mais que inicialmente buscasse esse objetivo sem se comprometer no âmbito militar na guerra contra o imperialismo russo (e também no âmbito econômico e político, com o qual depende no setor energético), o país se viu arrastado à necessidade do envio dos veículos de guerra. 

Representantes tanto do imperialismo alemão como do imperialismo ianque vêem o envio dos tanques como a “cartada final” para a “vitória definitiva” da Ucrânia sobre a Rússia. Assim, buscam prejudicar o imperialismo russo, que além de impedir o avanço do imperialismo ianque (através da Otan) no Leste Europeu, necessita dominar a Nação ucraniana e impor uma condição colonial para convertê-la em base de influência anti-Otan.

Imagem em destaque: Envio de tanques alemães e ianques provoca escalada na guerra e aumento das pugnas interimperialistas. Foto: Kent Nishimura/Los Angeles Times

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