O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou uma nova meta de privatizações e concessões até o final de seu mandato, contendo a construção e manutenção de escolas e a gestão da Fundação Casa, mesmo após enfrentar protestos de trabalhadores e estudantes na última segunda-feira, 04.
A lista inclui 25 leilões, através dos quais o governo pretende arrecadar cerca de 500 bilhões de reais. As privatizações se darão em torno de 4 eixos: rodovias, mobilidade urbana, água e energia e social. Os próximos leilões serão da rodovia nova Raposo e o Alto Tietê trens urbanos, para novembro de 2024 e março de 2025 respectivamente.
Entre os projetos de caráter social a serem privatizados está a concessão de 8 parques, entre eles, o Parque da Juventude, na zona norte, o Parque Ecológico da Guarapiranga, na zona sul, e o Parque Ecológico Tietê, na zona leste, o ginásio do Ibirapuera e a gestão das unidades da Fundação Casa, responsável por acolher menores infratores.
Construção e manutenção de escolas serão privatizados
Dos itens da pauta, o que mais gerou revolta na população, motivando os atos de segunda-feira, foi a privatização da construção e manutenção de escolas, sendo 33 novas e 134 já construídas. Segundo o governo, a concessão não incluirá a parte pedagógica, que seguirá sob responsabilidade da Secretaria de Educação. De todo modo, organizações e movimentos sociais acusam o governo de estar criando as condições para a privatização completa, parte por parte, do ensino público.
O primeiro lote de 17 escolas foi vendido por 14 milhões de reais para o Consórcio Novas Escolas Oeste SP, grupo liderado pela empresa Engeform Engenharia LTDA, mesma empresa que ganhou a concessão para administrar sete cemitérios na capital paulista levando a um encarecimento imediato dos serviços funerários que ficaram até 11 vezes mais caros, segundo reportagem do Brasil de Fato.
População demonstra rechaço às medidas
Durante a manifestação da semana passada o governador se recusou a dialogar com os manifestantes, despachando uma tropa da Polícia Militar que reprimiu violentamente o protesto com cassetetes, balas de borracha e gás lacrimogêneo. Resta saber como lidará com os protestos que possam surgir desta nova rodada de privatizações. Em levantamento realizado pelo Datafolha em 2023, 62% da população se disse contra os processos de privatização, isso antes mesmo dos recentes episódios envolvendo a empresa italiana Enel, durante os apagões em São Paulo, que motivaram manifestações multitudinárias por toda a região.