Temporários da educação da Rede municipal de Goiânia lutam pelo retorno de seus contratos

Temporários da educação da Rede municipal de Goiânia lutam pelo retorno de seus contratos

Temporários da educação da Rede municipal de Goiânia lutam pelo retorno de seus contratos
Noticiamos no dia 19 de abril que o decrépito prefeito Íris Rezende/MDB havia publicado o decreto 896/2020, suspendendo contrato de trabalho de 3,1 mil servidores temporários da prefeitura de Goiânia. (https://anovademocracia.com.br/noticias/13287-go-prefeito-reacionario-lanca-3-mil-servidores-ao-desemprego). Servidores, em sua maioria mulheres, tiveram seus contratos suspensos por decreto municipal e não tinham nem ao menos como procurar outro emprego pelo fato de que grande parte das atividades estavam suspensas, principalmente escolas.

A medida gerou questionamentos na categoria. Em plena pandemia, onde a expectativa é de que a situação financeira do povo fique ainda mais difícil do que antes, os servidores e servidoras terem seus contratos suspensos mostra a as prioridades da prefeitura, pois a mesma não suspendeu os contratos comissionados, continuou a fazer gastos com cartões corporativos,  fez aquisições de banheiros químicos e camisetas para eventos, mesmo em momento de pandemia, dentre outros absurdos. A medida anuncia ainda que a suspensão dos contratos é uma economia preventiva, ou seja, não há sequer um planejamento real de alocamento destes recursos, enquanto milhares de famílias foram jogadas à miséria.

Nas redes sociais inúmeros trabalhadores denunciaram o absurdo do tal decreto e em toda postagem politiqueira dos órgãos da prefeitura, haviam cobranças pela revogação do mesmo.  Houve uma carreata organizada pelos trabalhadores e trabalhadoras, método de manifestação que, até o momento, foi tomada como a mais segura devido à pandemia do covid-19. Mesmo assim esta carreata foi impedida de continuar pela PM, chegando a deter manifestantes que estavam dentro de seus carros, enquanto outras carretas, como as que pediam a reabertura do comércio por exemplo, tinham o apoio e a escolta da polícia.
O SIMSED (Sindicato Municipal dos Servidores da Educação), por meio de sua assessoria jurídica, entrou com uma Ação Popular na justiça pedindo o fim do decreto 896/2020, somando à luta justa dos contratos, e também defendeu os trabalhadores(as) que foram detidos nessa carreata.
O SIMSED organizou muitas reuniões online para politizar e alertar a categoria, nas quais tiveram a participação de quase 500 pessoas. Também foram chamados dois vitoriosos atos no Paço Municipal, nos dias 09 e 18 de junho, respeitando o distanciamento entre as pessoas, usando máscaras e álcool em gel. Nessas manifestações os servidores e servidoras foram recebidos por um alto contingente da Guarda Civil Metropolitana. A própria imprensa monopolista veio para cobrir os atos, o que incomodou a prefeitura. 
As pressões vindas da luta dos trabalhadores e trabalhadoras fizeram com que alguns vereadores da oposição saíssem da paralisia que se encontravam e protocolassem um decreto que anulava o decreto do prefeito, entretanto os vereadores aliados impediram que essa medida fosse adiante. A insistência da prefeitura em manter os contratos suspensos fez com que cada vez mais a os servidores se revoltassem, principalmente nas redes sociais e cobrassem a revogação do decreto. Os vereadores da base aliada, de olhos já nas eleições municipais, sentiram-se pressionados e foram obrigados a negociar com a prefeitura, pois tiveram seus nomes expostos nas redes sociais como traidores da classe trabalhadora.
No dia 17 de junho, após a Jornada de Lutas promovida pelo SIMSED e pelos trabalhadores (as) de contratos, foi publicado outro decreto, retomando os contratos, antes suspensos, porém com redução de 50% do salário de da carga horária. Este novo decreto, entretanto, não é o suficiente para os trabalhadores e trabalhadoras que haviam sido prejudicados. Estes trabalhadores ficaram quase 3 meses sem receber e voltarão apenas com 50% de seu salário, colocando estes trabalhadores (as) em uma situação desesperadora, pois fizeram compromissos com sua renda, empréstimos, além de possuir suas contas para pagar e necessidades básicas para suprir.
Em nota, o SIMSED disse que este retorno dos contratos foi arrancado através de muito esforço e que se os trabalhadores e trabalhadoras pretendem retomar a remuneração e carga horária integrais, a luta deve continuar e se aprofundar. Os contratos realizam as mesmas funções que os funcionários públicos concursados, portanto, estes possuem uma importância fundamental na manutenção das atividades públicas, dado o déficit de servidores que a prefeitura enfrenta há anos devido à não realização de concursos.
O SIMSED é contra a perpetuação da prática de assinatura de novos contratos temporários, pois, segundo o sindicato esta é uma forma de precarizar as relações trabalhistas. O correto e justo   é a realização de  novos concursos para garantir direitos aos trabalhadores (as), aplicação correta do dinheiro público e qualidade na educação pública e gratuita.
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